‘A carreira em TI não foi apenas um meio de ganhar a vida, mas de aprender a viver.’ – Conheça Professora Janete Ribeiro Eu sempre fui muito curiosa e sempre adorei a ideia de futuro, era uma daquelas crianças que questionava todos os porquês da vida. Gostava também de estudar e de pesquisar e era fã obcecada dos Jetsons e do Batman. Os Jetsons me traziam uma empolgação por ver na telinha uma visão do futuro dos meus sonhos, enquanto o Batman era um super-herói que não vinha de nenhum outro planeta e não tinha poderes fantasiosos. Eu podia ser o Batman! Com a inteligência dele, era capaz de criar máquinas e engrenagens incríveis e ele já tinha uma sala de computadores. Eu ficava encantada. Até que tive a oportunidade de visitar o escritório onde uma amiga da minha irmã trabalhava. Ela era formada no técnico em processamento de dados e trabalhava como assistente administrativa. Quando visitei o trabalho dela, foi como um passeio pela NASA. Me apaixonei pela área e foi aí que começou a minha trajetória em TI. De cara, o primeiro impasse: o colégio técnico era particular e minha mãe era costureira, viúva, com cinco filhos e não tinha dinheiro para pagar. Ela não tinha a menor noção do que era tecnologia e, conversando com meus irmãos, a visão deles era de que eu era lunática, porque, para eles, essa era uma área masculina, especificamente para homens ricos, e eu, nem homem, nem rica. Minha mãe, no alto de sua sabedoria, me disse que não entendia muito disso, mas que vendo a amiga da minha irmã – aquela, que me levou pra visitar o escritório – exercendo essa profissão, deixaria de lado a opinião dos meus irmãos. O problema é que essa amiga vinha de uma família mais rica e o colégio particular não era uma barreira pra ela. “Eu confio na sua inteligência”, minha mãe me disse, se propondo a me ajudar com os livros e materiais, caso conseguisse uma bolsa de estudos. “Se você acredita que é capaz de exercer essa profissão, não é o fato de ser mulher, pobre, preta, e outros tantos adjetivos que a sociedade nos dá para nos desencorajar, que vai te enfraquecer”. Com esse apoio, consegui a bolsa para o primeiro ano e trabalhei para pagar os outros dois. E aí, já trabalhando, tive oportunidades magníficas, como trabalhar em projetos internacionais, em vários países diferentes – Argentina, México, Colômbia, Uruguai, Estados Unidos, Canadá, Espanha e Escócia… ufa – e em projetos com equipes espalhadas pelo mundo também, na Índia, Malásia, Japão e Austrália. Pude conhecer diferentes culturas e costumes, aprendi muito mais do que apenas idiomas estrangeiros, mas a conviver com as diferenças. Neste ponto, a carreira não me serviu apenas como um meio de ganhar a vida, mas como forma de aprender a viver. Aprendi também uma coisa muito importante: nunca saberei tudo sobre a minha área. A tecnologia tem uma evolução constante e te obriga a nunca se acomodar. Ninguém nessa área pode se sentir no olimpo, achando que já sabe tudo. Esse domínio pode durar no máximo algumas horas, tudo muda o tempo todo. Você tem que estar sempre aberto a aprender coisas novas, a criar coisas novas, se renovar infinitamente. Acredito que, como mulher, não exista empecilhos ou maiores dificuldades para seguir esta carreira. O mais importante é saber que a persistência e resiliência são características básicas e que a missão do profissional da tecnologia é resolver problemas. Então, eu diria que, se você gosta de novidades, gosta de aprender sempre, gosta de ajudar pessoas e criar soluções para os problemas da sociedade… Mergulhe nessa área, aqui você vai ter tudo isso e muito mais! Linkedin: https://bit.ly/2QYYAFS
Silvia Cobo – Especialista de mercado financeiro na SAP Brasil
“Construir, realizar, assistir à execução e deixar um legado”, conheça Silvia Cobo, especialista de mercado financeiro na SAP Brasil Minha escolha pela área da tecnologia não teve muito segredo, de família humilde, meus pais precisavam de ajuda para manter nossa casa e meus estudos e, por isso, fazer um colégio técnico era a melhor opção para que eu conseguisse ingressar no mercado de trabalho. Optei por informática porque em casa todo mundo compartilhava um bom raciocínio lógico, então, nesse quesito, acredito que fui influenciada por meus pais. Quando concluí o colégio de processamento de dados, entrei em uma universidade para cursar análise de sistemas e, logo nos meus primeiros empregos na área de TI, eu já percebi que meu maior desejo era participar de algo importante em uma indústria relevante. Construir, realizar, assistir à execução e deixar um legado. Era exatamente nestes pontos que o meu perfil combinava com a área de TI. Comecei a trabalhar aos 18 e passei por empresas de diversos segmentos e, durante 17 anos, me dediquei a uma carreira técnica, iniciando como programadora de computadores até alcançar a posição de gerente de equipe de sistemas. O ponto de mudança veio perto dos 35, depois de ser selecionada em um programa de retenção de talentos que patrocinou um MBA para mim. Dali, eu vi um mundo muito maior e mais relevante do que eu estava atuando e resolvi migrar para a carreira de negócios. Realizei grandes projetos e pude me desenvolver como gestora, atuei em diversas áreas, inclusive em Recursos Humanos. Nesta fase, apesar de estar aprendendo bastante, sentia falta dos desafios que a área de TI me proporcionava e resolvi voltar para área técnica. Então, como gerente de projetos, assumi o estudo para implementação de uma plataforma de sistemas para as unidades internacionais, momento em que tive a oportunidade de conhecer meus futuros colegas de trabalho. Quatro anos depois, fui convidada a integrar o time da SAP, que me possibilita utilizar meus conhecimentos técnicos e de negócios para a construção de propostas de valor para o Mercado Financeiro. Hoje, com 47 anos me sinto uma profissional realizada, mas não perco nunca o interesse em aprender mais e contribuir para o desenvolvimento da empresa e de nossos clientes. Acredito que estar sempre atualizado é uma característica importante para os profissionais de TI. E, apesar de nunca ter sofrido por ser mulher nessa área, tive que me esforçar para me inteirar de “assuntos masculinos” e me integrar melhor aos times. Gosto de afirmar que esta carreira é muito gratificante, tanto financeiramente como profissionalmente, e me possibilitou descobrir uma das minhas grandes paixões: viajar e conhecer outras culturas, idiomas e pessoas. A minha primeira viagem internacional a negócios foi para Nova Iorque, quando eu tinha apenas 26 anos, depois muitas outras aconteceram. Sinto que minha jornada foi muito rica, mas não por acaso. Assumi o protagonismo da minha vida e foquei no que considero mais importante: o autoconhecimento. Quando você se conhece, fica mais fácil tomar as decisões ao longo do caminho, sabendo o que nos faz feliz e o que nos frustra. No mais, se pudesse dar uma dica, seria para estar sempre antenada, não apenas no que está acontecendo, mas no que está por vir. É um baita desafio… Mas vale a pena! Leia mais sobre a silvia em: https://bit.ly/2Qk5s08
Paula Bellizia – Presidente da Microsoft
“Cada pessoa tem uma trajetória única e eu prefiro a ideia de que eu sou uma história.” Conheça a história de Paula Bellizia, Presidente da Microsoft Minha história com a tecnologia começa no momento de escolha da profissão. Meu interesse inicial passava muito por áreas criativas, como design gráfico, por exemplo, e como essas coisas estavam, na época, começando a se tornar processos digitais. Fui aprovada no curso de processamento de dados Fatec de Santos, cidade onde morava com meus pais. Foi fácil notar, logo no início, o desafio de diversidade de gênero na área: na minha classe de 40 alunos, havia apenas 6 mulheres. Fui estagiária na Cosipa, uma siderúrgica de Cubatão que hoje pertence à Usiminas. Meu primeiro emprego foi na Whirlpool, numa equipe de tecnologia que ficava alocada dentro da área de marketing. Depois de programar uma solução que trouxe grande eficiência para a empresa, minha chefe à época notou meu interesse por entender o negócio e me convidou para fazer carreira em marketing. Foi a primeira grande lição que aprendi sobre tecnologia. Ela é uma ferramenta que ajuda as pessoas a resolverem problemas. Uma profissional da área precisa manter sempre um olho no mercado para solucionar problemas reais. Trabalhei por oito anos na Whirlpool, tive uma passagem pela Telefônica e iniciei minha trajetória na Microsoft em 2002, como gerente de vendas para pequenas e médias empresas. Minha primeira passagem durou dez anos. Deixei a empresa como diretora de marketing e operações. Tive duas experiências fora da Microsoft, uma no Facebook e outra na Apple. Tive a honra de ser convidada a voltar para a Microsoft como presidente da empresa no Brasil em 2015. Está sendo uma experiência incrível poder liderar a subsidiária neste momento de transformação cultural. E é nesse ponto que entra a questão da diversidade e de como eu me engajei nessa causa. Diversidade já é uma prioridade na Microsoft há bastante tempo e nesse processo de renovação que Satya Nadella, CEO da Microsoft, está promovendo, diversidade e inclusão passaram a compor um pilar fundamental de nossa cultura. Não é apenas uma questão de fazer o que é certo. A inovação depende de diversidade. Para que uma empresa possa ter sucesso no mercado, ela precisa elaborar soluções para todas as pessoas e todas as empresas. Para isso, precisamos que nossa força de trabalho seja um reflexo da sociedade. Por isso, buscamos explorar todo o potencial da diversidade: de gênero, de raça, de orientação sexual, mas também de ideias, de formações escolares e de visões de mundo. Quando pensamos em diversidade de gênero, ainda existe uma predominância de homens entre os alunos que ingressam em faculdades de exatas ligadas à tecnologia, o que leva a um mercado de trabalho predominantemente masculino. Só vamos mudar esse cenário quando mais mulheres entrarem no mercado de trabalho. Dentro das empresas, a situação já mudou bastante. Na Microsoft, por exemplo, nos últimos anos, nós tomamos diversas medidas para que as oportunidades de crescimento sejam exatamente iguais. Por exemplo, todo o processo de seleção deve obrigatoriamente ter uma candidata entre os finalistas. Não vamos resolver o problema da diversidade do dia para a noite. É uma questão ampla, que envolve diversos atores da sociedade. Por isso gosto de dizer que a diversidade é uma jornada e a inclusão é fundamental. Precisamos praticar diariamente e ser diligentes para que tenhamos diversidade e um ambiente verdadeiramente inclusivo para que todos se sintam parte e contribuam para a empresa. Ter líderes profundamente empenhados em fazer todo o possível para melhorar a representatividade das mulheres e das minorias no mercado de trabalho é essencial. Além disso, diversidade deve ser um assunto prioritário dentro das empresas, e é o que está no topo da minha agenda e faz parte do dia-a-dia do meu time. Quando me perguntam como me sinto por ser um exemplo, eu digo que não gosto muito da ideia de ser exemplo. Cada pessoa tem uma trajetória única e eu prefiro a ideia de que eu sou uma história. E a gente precisa de muitas histórias de sucesso de mulheres. E como profissional que começou numa formação técnica, em Santos, numa família que não tinha nenhum vínculo com tecnologia e que lutou muito para crescer, eu talvez possa ser uma história para os todos os jovens, meninos e meninas, que pensem em como crescer nas suas carreiras, ou se engajar em causas que tenham impacto na sociedade.
Lyzbeth Cronembold – Inspiração feminina
“Farei o melhor que puder na primeira vez!” Conheça Lyzbeth Cronembold e sua trajetória de determinação, resiliência e inspiração feminina Decidi seguir a carreira de tecnologia por influência dos meus pais. Não porque era o que eles queriam que eu fizesse, mas porque, ao ajuda-los na profissão, vi despertar em mim a curiosidade sobre formas de agilizar os processos. Meus pais são médicos e, naquela época, precisavam datilografar todas as fichas das consultas, que as secretárias escreviam à mão, para prestação de contas. Chegando em casa tarde e cansados, eles me pediam ajuda e, mesmo jovem, eu era responsável pela máquina de escrever. Eu não sabia o que era computação na época, mas quando chegou a hora do vestibular, quis entrar para a faculdade de informática. Meu pai ficou um pouco frustrado, queria ver a filha médica, mas me apoiou na decisão porque expliquei sobre as possibilidades para o futuro. Em relação a ser mulher na área tecnológica, enfrentei algumas barreiras mas superei com os resultados apresentados. Me lembro da minha mãe me dizendo para não depender financeiramente de ninguém e seguir minhas próprias escolhas. “O seu dinheiro é o que vai te dar a sua liberdade”, ela me dizia. E essa frase seguiu comigo por toda a minha trajetória. Comecei na área pós-venda, com atendimento ao cliente para resolver problemas de um sistema específico. Dali, comecei a de fato desenvolver sistemas e acabei sendo transferida para Recife. De cara já senti as diferenças em relação ao Rio Grande do Sul. Foi um desafio muito grande! Imagina uma garota em seus 20 e poucos anos ingressando, em outro estado, em um mercado machista e dominado por homens. Mas pra mim, fui recompensada positivamente. Aprendi sobre diversidade e sobre diferentes culturas. Trabalhei também em um projeto que automatizava processos trabalhistas no TRT da 6ª Região e quando vi o sistema no Fórum em São Paulo, fiquei orgulhosa e tive mais certeza das minhas escolhas. Ainda em Recife, antes de vir para terras paulistanas, iniciei as operações do Terra, depois de 6 meses de trabalho dessa operação já tínhamos conquistado o mercado. Em São Paulo, entrei Portugal Telecom que me deu a oportunidade de morar fora do país. Trabalhar com tecnologia me permitiu ser uma pessoa cosmopolita. Acredito que o que define a tecnologia é futuro, inovação. E me encanta a forma como se trabalha, nessa área, de forma colaborativa, como em algumas plataformas que você participa de projetos do mundo inteiro, com pessoas que você nem conhece. Essa carreira te permite criar e romper barreiras, permite inclusão. E como mulher, eu sinto que é um caminho mais difícil, sim, mas que com determinação, resiliência e profissionalismo, pode ser superado. Percebo nas mulheres que compartilham o mesmo caminho comigo características muitos similares com as minhas. Desenvolvemos nosso raciocínio lógico, nossa visão do todo, sabemos vender nossas ideias e nos posicionar como profissionais que geram valor. Criei há alguns anos um grupo on-line que conta hoje com mais de 100 executivas de TI, e, apesar de não nos vermos todos os dias, conversamos e compartilhamos nossas ideias e objetivos. Para balancear a colaboração no mundo virtual, nos encontramos, pelo menos uma vez por ano, para estimular também a interação olho no olho, tão importante quanto a digital. Acredito que o sucesso é conquistado dia-a-dia com suas ações, por isso é importante: ouvir, ter foco, ter determinação, e colaboração, ter alguém para se espelhar pode inspirar. Assim, a motivação vem de dentro pra fora. Quando eu comecei a minha carreira, eu pensava “farei o melhor que puder na primeira vez”. E hoje, por causa da tecnologia, me sinto realizada e desafiada todos os dias. O autoconhecimento faz com você se contribua significativamente para a organização!
Sueli Nascimento – Gerente de produto na SAP Brasil
Entre a tecnologia e a arte, eu escolho as duas! Conheça Sueli Nascimento, gerente de produto na SAP Brasil Você já ouviu falar em STEM? É uma sigla para science, technology, engineering and mathematics. Em português, ciência, tecnologia, engenharia e matemática. A ideia é mostrar que as quatro áreas caminham juntas, incentivando o aprendizado multidisciplinar. Boa ideia, né? Mas, para mim, sempre faltou uma letrinha aí. Quando eu era criança, lembro de ficar fascinada com a Rosie, a empregada-robô dos Jetsons, um desenho animado dos anos 70. Nunca fui muito fã de tarefas domésticas e meu sonho era ter uma Rosie só para mim. Quando cresci, vi meu irmão começar sua carreira em engenharia na IBM e pedi de presente um robô para fazer as coisas que eu não gostava, mas ele fez muito melhor: me presenteou com um computador. Esse primeiro contato foi o que me fez perceber que eu tinha nas mãos o poder de mudar não apenas a minha vida, mas a vida de muitas pessoas. A partir daí minha carreira em tecnologia começou. Me graduei, ao mesmo tempo, em Processamento de Dados e Educação Artística e tive a oportunidade de conhecer dois mundos diferentes. Desde os 18 anos essa dualidade entre a tecnologia e a arte me move, e sempre me vi tentando mostrar que isso é possível e necessário. Essa busca constante por novos conhecimentos é a base da carreira em TI. Ao mesmo tempo que temos inúmeras possibilidades, ela apresenta mudanças e avanços diariamente, o que significa estudo e aprendizado constantes. Para mim, isso é estimulante! Trabalho atualmente como gerente de produto e minha principal responsabilidade é localizar software que são desenvolvidos ao redor do mundo. Em outras palavras, eu adapto os programas para a realidade brasileira e para a necessidade de cada cliente. Meu trabalho é gratificante e recebo, com frequência, mensagens de agradecimento – depois de alguma resistência às mudanças! – de clientes que tiveram seus processos muito melhorados e otimizados. Minha atuação me levou então a um dos acontecimentos mais significativos da minha vida: participei de um painel na UN Women. O evento aconteceu em Bruxelas e eu fui a representante do Brasil. Foi enriquecedor poder levar minha voz e conhecer outras mulheres que trabalham com tecnologia em outros países e culturas. O debate foi muito produtivo e eu pude confirmar que gosto da tecnologia, mas gosto ainda mais de pessoas. Nessas minhas aventuras profissionais, sim, porque a área de tecnologia é uma aventura fascinante, fiquei muito feliz porque as demais pessoas, há não muito tempo, descobriram a solução para a dualidade que eu sempre vivi: a tecnologia e a arte não são os produtos finais, são duas maneiras de representar a vida e as coisas. Assim STEM vem se atualizando para STEAM science, technology, engineering arts and mathematics. Por isso, minha dica para todas as meninas que queiram seguir esta carreira é que a vida é um eterno aprender, desaprender e reaprender e a constante atualização é imprescindível. Busquem um aprendizado e uma formação multidisciplinar e moldem suas carreiras desenvolvendo habilidades que não necessariamente estão ligadas à tecnologia, mas que, juntas, fazem a diferença no seu desempenho. Pessoas mudam o mundo. Observem-nas e ajam pensando que vocês também podem mudar. Para conhecer um pouco mais a Sueli, visite sua página clicando aqui.
Sabrina Tridico- A história de uma menina que se descobriu na arte de programar
Olá! O objetivo de nosso projeto é divulgar histórias de mulheres na área de tecnologia para que suas trajetórias inspirem e encantem meninas a seguirem a carreira na área. Hoje, na minha busca em ler mais a respeito do tema “Mulheres na Computação” cruzei com a história de Sabrina Tridico, divulgada no início deste ano no Portal da USP de São Carlos. E amei a história!!!!!!! Cliquem neste link e saibam mais sobre a jornada desta menina de 22 anos! https://bit.ly/2JdjwHS
Conheça a história de Elisa de Andrade
“A persistência e a provação são nossas maiores virtudes”. Conheça a história de Elisa de Andrade, que abandonou a enfermagem e se apaixonou por tecnologia. Enfermagem. Era essa a carreira que, aos 17 anos, eu tinha certeza que queria seguir. Fiz um curso técnico, atuei por 3 meses na área e já foi tempo suficiente para perceber que não seria feliz fazendo aquilo. Então, aos 19 anos, arranjei outro emprego e comecei a trabalhar como recepcionista na Receita Federal. Entre as amizades que fiz, me conectei com a administradora do sistema de lá e ela foi a minha maior inspiração. Ela me apresentou a área técnica e me motivou a fazer faculdade. A dedicação e energia dela para me ensinar e mostrar como a tecnologia funcionava foram extremamente importantes para mim, que estava perdida e não tinha ideia de que caminho seguir. Saí do trabalho e dediquei os seis meses seguintes aos estudos. Consegui passar na faculdade e gostei logo de cara! Apesar de ter sido fisgada pela tecnologia, isso não aconteceu com todos os meus colegas. Vi a sala de aula cada vez mais vazia, porque muitas pessoas desistiram no meio do caminho. Entendo que, como o cenário de educação no Brasil tem um grande déficit na área da matemática, muitos talentos acabam se perdendo, na faculdade ou na carreira, por dificuldade de dominar alguns preceitos da tecnologia. Para mim, é preciso ter persistência. E claro, em uma turma de análise de sistemas, a maioria dos alunos eram homens. Na faculdade, não senti muito o impacto de ser uma mulher na tecnologia. Acabei formando panelinhas e me aproximei muito das colegas mulheres e isso foi essencial para a minha formação e desenvolvimento. Já no mercado de trabalho eu senti todas as dificuldades incessantemente relatadas pela maioria das mulheres. Fui interrompida, fui descreditada, tive a minha capacidade questionada, mas não deixei de seguir em frente. A persistência e a provação são nossas maiores virtudes. Acredito que a tecnologia é o meio mais universal e plural de quebrar barreiras sociais e proporcionar acesso à facilidades e informações, que muitas vezes ficam represadas em camadas restritas e conservadoras da sociedade. Acho que é um caminho para quebrarmos muitos paradigmas. Por isso, assim como eu fui inspirada por uma mulher da área da tecnologia, quero inspirar outras meninas a seguirem esta carreira. Vim de uma base familiar humilde e isso não me impediu de ter sucesso no mercado. Consegui, com a rede de apoio que construí na faculdade e no trabalho, estruturar um bom background para alavancar a minha trajetória e por isso quero passar a mensagem da importância da empatia no dia-a-dia. A união entre as mulheres nesse mercado é muito relevante. Além disso, é preciso sentir satisfação e orgulho do que se faz, deixar o olho brilhar quando se atinge bons resultados. É isso que vai te motivar a continuar quando os obstáculos aparecerem. Para conhecer mais a trajetória da Elisa, clique aqui.
Conheça Renata Alves, a mulher que se destacou no mercado de comércio automobilístico
“Criatividade e inovação são a chave para a vitória!” Conheça Renata Alves, a mulher que se destacou no mercado de comércio automobilístico Entrei na faculdade com 25 anos e sempre aprendi tudo com muita facilidade e me sinto muito sortuda por ser autodidata. Os livros sempre foram meus maiores aliados diante de qualquer desafio pois neles encontrei sempre uma alternativa para aquisição de conhecimento, além dos insights necessários para resolução de qualquer tipo de problema. Apesar disso, tive bastante dificuldade para me formar, pois conciliar as demandas de uma família humilde ao extremo com o sonho de me tornar uma profissional referência na minha área de atuação era no mínimo incompreensível. Resolvi então cursar administração, porque sentia que teria uma formação mais completa, que me deixaria pronta para encarar diferentes desafios em qualquer área. Nesse momento, ainda não sabia que seguiria para a área da tecnologia… O que me fez, de fato, me envolver nessa área foi a necessidade de propor e realizar mudanças que eu sentia necessidade diariamente, na rotina de trabalho, para otimizar os processos e ganhar mais eficiência. Percebia que as pessoas ao meu redor não se sentiam confortáveis em se envolverem nesses projetos e por isso eu consegui ocupar um espaço importante. As empresas que trabalhei eram totalmente carentes de soluções tecnológicas e eu não podia aceitar isso! Descobri meu talento criativo, me envolvi em projetos de automação e consegui melhorar o trabalho das pessoas, logo, a performance das empresas. A área de TI foi como um imã na minha carreira, mesmo que entrasse no financeiro, por exemplo, acabava me envolvendo com ela. Um pouco mais determinada, sabendo quais caminhos eu queria seguir, ainda enfrentei alguns desafios. Apesar de me dedicar inteiramente ao trabalho, entregando resultados e me atualizando sempre, não me sentia suficientemente reconhecida e sempre me questionava os porquês. Entendi o jogo de poder que existia nas empresas e me reafirmei como mulher capaz e corajosa. Eu fiz acontecer! Criei uma revista reunindo os principais projetos do ano, me coloquei na primeira página e entreguei à direção. Foi mais que um portfolio, foi um instrumento de resistência, gritando ao mundo que existo e mereço ser protagonista da minha própria história. Então, depois de 20 anos construindo essa trajetória na tecnologia, atuando em concessionárias de veículos, finalmente fui reconhecida. Criei um Lab dentro de uma concessionária Mercedes Benz, que implantando uma cultura de inovação nesse ambiente, usando abordagens de design thinking, de serviço e de informação. Consegui implementar soluções de business intelligence para CRM e terminais de autoatendimento, que foram replicados em toda a rede. Esta experiência consolidaram meus conhecimentos no emprego de técnicas de design para resolver problemas e dinamizaram todos os meus projetos de vida como : me tornar escritora nos temas de Design e inovação e fundar minha própria agência especializada em design de serviços e criação negócios inovadores , que tem como parceiros empresas como Oracle e IBM, cujo principal objetivo é propagar a inovação e criatividade para diferentes segmentos empresariais . Meu primeiro livro, “Inovadores, criativos e Vencedores”, será lançado em maio, em coautoria com outros especialistas. Tem sido muito gratificante para mim poder compartilhar o que descobri sobre a importância da criatividade na vida e nos negócios. E, como mulher, entendo que estamos em um processo dinâmico e maduro de afirmação de uns anos para cá e que com dedicação vamos conseguir superar as barreiras do machismo. Mulher, use a cabeça e faça acontecer. O céu é o limite! Clique aqui e leia mais sobre Renata Alves.
Edileusa Estefani Prado – Professora de robôs
De professora de matemática a professora de robôs: conheça a história de Edileusa Estefani Prado que sonha desde sempre com Inteligência Artificial Desde pequena eu fui apaixonada pelas exatas e meu sonho era ser professora de matemática. Na escola, era tutora dos meus colegas, que sempre se reuniam na minha casa na época das provas. Era uma mistura de festa com estudo! Minha mãe fazia bolo e pastel e eu dava aulas da matéria para todo mundo. Em relação à carreira técnica, não tive influência da minha família, mas fui bastante incentivada pelos meus professores a me dedicar a essa área. Quando surgiram os primeiros computadores, fiz um curso de Basic e me encontrei na programação e na computação. Me formei em Ciência da Computação na UNESP, em um curso bem técnico. Minha sala de aula era bem equilibrada e eu tive várias colegas mulheres durante a graduação. Já no mercado de trabalho a história foi um pouco diferente. Comecei minha carreira como analista de sistemas em uma posição super desafiadora, cuidando de todos os sistemas administrativos, contábeis e folha de pagamento. Passados três anos desta fase inicial, tornei-me DBA – Administradora de banco de dados, onde lidava com grandes volumes de dados. Era uma das poucas mulheres nesta área e enfrentei alguns momentos em que fui desacreditada e tive que entregar muito mais para ser reconhecida. Aos poucos – e com muito esforço e trabalho! – fui sendo reconhecida como parceira e finalmente eu me senti parte de uma equipe. Na faculdade eu fiquei fascinada pelo fato de ser capaz de criar soluções, inovar e automatizar processos e a Inteligência Artificial foi uma das minhas paixões. Quando eu programava, ficava imaginando como fazer a máquina interpretar e entender o código. Queria ensinar os robôs a realizarem tarefas. Não desisti do sonho de programar um para ser dono de casa. Acabei não seguindo a carreira de professora de crianças, mas não abandonei a ideia de ensinar! Hoje, após cursar um MBA em Analytics e Big Data pela FIA, além de ministrar aulas na área, atuo como Data Scientist. Acho sensacional a ideia de criar modelos que nos auxiliem em previsões futuras, participar da criação de novas soluções ou produtos, em suma, a tecnologia nos proporciona uma visão fascinante de como as coisas são feitas e automatizadas. Além disso, poder transmitir um pouco desta experiência a outros, através das aulas, é incrivelmente gratificante. Apesar da fascinação que essa carreira me proporciona, acredito que ainda precisamos ajustar as regras do mercado para nossa área. A flexibilidade dos horários e a possibilidade de trabalho remoto são muito importantes e é complicado lidar com nossa demanda no horário comercial de expediente. Além disso, como mulher, eu acredito que estamos caminhando para uma mudança positiva. Vejo a carreira em tecnologia pra mulheres com otimismo. É cada vez mais evidente o sucesso em se ter equipes mistas, explorando todo o potencial proporcionado com a diversidade de gêneros. Isto abre cada vez mais oportunidades, tornando mais fácil a vida das gerações de mulheres mais jovens. Às meninas que pretendem seguir essa carreira, eu diria que primeiro descubram se realmente gostam de tecnologia. Se a resposta for sim, o segundo passo é mapear seus pontos fortes e pontos a melhorar. Isso permite saber onde focar nos estudos e desempenhar melhor a sua função. Com essa lição de casa feita, mantenham-se sempre atualizadas e valorizem o trabalho em equipe. Por experiência pessoal, eu acrescento ainda a importância de ser multitarefas. Ao longo da minha carreira eu me descobri como uma boa vendedora e também como empreendedora para área de inovação, o que seria uma tarefa muito interessante a ser desenvolvida. Quero encerrar dizendo que façam sempre o melhor que puderem com as condições que lhes forem dadas, sempre de forma ética, transparente e colaborativa. Não desistam nunca dos seus sonhos! Vamos ocupar a tecnologia, tem espaço para todas nós!
Jaqueline Rodrigues – Que sentiu na pele e encarou de frente a desigualdade de gênero no mercado de TI
“Você está me dizendo que por ser mulher, o meu salário é menor?” Sou Jaqueline Rodrigues, Engenheira Eletrônica, pós-graduada e Gestão de Negócios e Tecnologia, com mais de 20 anos de experiência atuando na área de tecnologia, Gerente Executiva de uma grande empresa multinacional da área financeira, esposa e mãe de duas meninas lindas. Trilhei meu caminho com muita dedicação, e apesar das dificuldades hoje posso dizer que sou uma pessoa realizada, mas nem sempre foi assim. Lembro-me que quando criança tínhamos uma vida humilde e meus pais se esforçaram muito para construir um futuro diferente para seus 3 filhos. Meu pai sonhava em ser engenheiro e minha mãe médica, com essa motivação saíram do interior e vieram para São Paulo, onde se conheceram, mas as dificuldades impostas pela cidade grande, não permitiram que eles pudessem pagar por seus estudos. Durante minha infância sempre tive muita aptidão com matemática, raciocínio lógico e meu desempenho mostrava-se acima da média para a escola pública em que eu estudava. Lembro-me quando meus pais me chamaram para conversar e me disseram que eu tinha aptidão para seguir uma carreira em tecnologia, e que seria a profissão do futuro…, só que devido às condições financeiras, eu deveria me esforçar ainda mais para passar no vestibular e ingressar em uma escola técnica pública, buscar rapidamente colocação no mercado de trabalho e assim ter condições de custear meus estudos sozinha. Me lembro que em algumas ocasiões ao ver minhas amigas brincando na rua, perguntar para meu pai, por que tinha que me esforçar mais do que as outras meninas da minha idade, e ele sempre me dizia que no futuro eu perceberia a diferença. Esse pensamento sempre me ajudou a ter foco no meu objetivo. Todo o meu esforço e dedicação trouxeram resultados, e nosso plano deu certo. Entrei na escola técnica no curso de telecomunicações, e já no segundo ano do ensino médio consegui meu primeiro estágio na área. Como primeira experiência posso dizer que fiquei um pouco frustrada, pois era a única mulher da área e meu chefe não me valorizava como profissional. Apesar disso não desisti, tornei essa situação um desafio pessoal, o que me impulsionou a provar para mim mesma que seria capas de seguir com a minha carreira técnica. No terceiro ano do colégio técnico eu participei de um programa de estágio e fui selecionada para ser efetivada. Me dediquei muito para conseguir essa oportunidade, fiz todos os treinamentos, passei em todas as provas, e fiquei muito feliz por finalmente poder trabalhar com a carteira assinada. Um colega meu também foi selecionado e eu observei que na carta de efetivação dele o salário era superior ao meu, mesmo com os nossos cargos idênticos. Num primeiro momento eu pensei que pudesse ser um erro e fui comunicar ao RH. Quando me informaram que era isso mesmo, um sentimento de indignação me invadiu e eu não compreendia como o fato de ser mulher me faria inferior a alguém. Tomei uma das decisões que mais me orgulho e, na cerimônia de divulgação dos aprovados, eu tomei coragem, segui meu coração e disse que não aceitaria trabalhar para uma empresa que não me valorizava por ser mulher. Devolvi a carta e fui embora de cabeça erguida! Em poucos dias consegui uma outra vaga como analista em outra multinacional onde fui realmente valorizada pelo meu potencial, sem distinções de gênero, e pude vivenciar o prazer de trabalhar com tecnologia todos os dias; nesse momento tive a certeza que tinha tomado a decisão certa na escolha da minha carreira, entrei na faculdade de Engenharia e desde então minha paixão pela área de tecnologia só tem aumentado. Passei por outros empregos ao longo da minha trajetória e tive algumas experiências desafiadoras em relação à desigualdade de gênero, mas elas só serviram para me fortalecer e ter mais claro o meu objetivo, sempre me mantive firme e não desisti. Para ser reconhecida sempre tive que fazer mais, mas gosto de pensar nos pontos positivos e focar nos resultados que isso trouxe a minha carreira. Lembro-me de um episódio onde ouvi de um dos meus chefes que eu havia sido contratada pois não encontraram nenhum homem tão competente e tão qualificado quanto eu. Estar preparada para ser protagonista e ter a oportunidade de superar desafios diários realmente torna a carreira em áreas técnicas fascinante. Para manter a relevância nessa área que predominantemente masculina, precisamos nos focar muito na nossa formação técnica, intelectual e buscar nos aprimorar em outros idiomas, falar inglês é fundamental para quem quer progredir em uma carreira técnica. Faz toda a diferença ter clareza de todos os nossos objetivos, estudar bastante, adquirir conhecimento técnico, aumentar nosso portfólio de experiências e buscar autoconhecimento, fortalecendo assim nossa inteligência emocional. Atuo há mais de 20 anos nessa área, hoje sou líder de uma equipe que conta com mais de 40 profissionais e mais uma vez sou a única mulher na gerência executiva de TI. Desde o começo de minha carreira procurei mapear de maneira clara e objetiva os caminhos que eu gostaria de trilhar e acho que devo meu sucesso a isso. Gostaria que cada vez mais pudéssemos contar com mulheres nesse mercado de tecnologia assim tenho cominho que precisamos hoje mostrar nossas histórias, para que em um futuro próximo possamos inspirar as meninas que hoje estão decidindo os caminhos que gostariam de seguir em suas vidas profissionais. Tenho certeza que com dedicação aos estudos, força de vontade e objetivos claros bem definidos, logo logo veremos a área técnica repleta de mulheres. Devemos sempre acreditar em nosso potencial, ninguém pode apagar o nosso brilho!