“Eficiência é a palavra-chave da nossa profissão”, afirma Camila Teixeira, Analista Segurança da Informação Sênior no Banco BS2 Eu sou Camila Teixeira, tenho 32 anos, e trabalho na área de Segurança da Informação no Banco BS2. Eu sempre gostei muito de tecnologia e de ciências exatas. Desde pequena, buscava solucionar problemas com criatividade. Quando estava na época de escolher a faculdade, fiz testes e orientação vocacional, o que foi muito útil para minha tomada de decisão. Acabei optando por engenheira da computação. Eu sempre gostei muito de estudar, então a faculdade foi uma delícia, apesar do esforço. Lembro que ficava muitas vezes estudando aos fins de semana e de madrugada, mas hoje vejo que cada minuto em cima dos livros valeu à pena. Eu aprendi que quanto mais você estuda, mais você vê que tem a aprender. No início da minha carreira a maior dificuldade foi conhecer o mundo dos negócios, aprender a se portar, se posicionar e desenvolver as habilidades necessárias para prosperar na empresa. Depois, o desafio é manter-se atualizado, alinhado com as boas práticas de negócio e agregar para o desenvolvimento das pessoas que trabalham com você. Na carreira de tecnologia você é constantemente impulsionado a aprender mais e tem diversas oportunidades de crescimento. É muito gratificante participar diretamente em melhorias relevantes para a empresa, auxiliando no desenvolvimento de soluções eficazes, que utilizam o mínimo de recurso possível, seja tempo, seja dinheiro, sejam pessoas, ou seja, entregando um produto com maior valor agregado, gastando o mínimo de recursos possível. Eficiência é a palavra-chave da nossa profissão. Por outro lado, é uma carreira que exige dedicação constante. A gente fica muito tempo em frente ao computador. Eu procuro me cuidar, fazer exercícios faciais para descansar as vistas e minimizar este impacto negativo. Aliás, as mulheres estão sempre procurando trazer mais leveza para o ambiente. Apesar de ser uma área muito masculina, a TI recebe bem as profissionais do sexo feminino. As mulheres têm muito a agregar, trazendo mais humanidade, cuidado com o próximo, atenciosidade. Estas características têm muito valor agregado para melhoria contínua dos processos, aculturação dos colaboradores e sentimento de pertencimento. As mulheres costumam aproximar os membros da equipe, se preocupando com pequenos detalhes, avaliando os processos com um nível de detalhamento que muitas vezes os homens não estavam acostumados a avaliar, acolhendo os colegas de trabalho nas situações difíceis e nas alegrias. Enfim, as mulheres têm um potencial enorme para somar valor e resultados na área de TI de uma instituição. Para quem quiser seguir carreira nessa área, eu sugiro que pesquise sobre os cursos de tecnologia e, caso identifique-se, vai atrás com foco e determinação que terão um futuro brilhante pela frente. A TI vai muito além de componentes tecnológicos. Por trás deles, existem processos estruturados, pessoas capacitadas para operar as tecnologias e executar. O elemento humano precisa ser treinado, protegido, aculturado para garantir a entrega dos produtos e serviços com qualidade e conforme os requisitos do negócio. E as empresas valorizam profissionais que vestem a camisa do negócio, têm compaixão, influenciam positivamente o semelhante e sentem prazer em fazer o bem para a humanidade. Para saber mais sobre Camila Teixeira, veja seu LinkedIn: https://www.linkedin.com/in/camila-teixeira-34b090b5/
Carla Carvalho – Gerente geral da Tech Data Brasil
“Somos determinadas, focadas e, quando decidimos fazer algo, vamos atrás”, afirma Carla Carvalho, gerente geral da Tech Data Brasil Nasci em Rio Grande, Rio Grande do Sul há 55 anos. Sempre gostei muito de estudar, principalmente Matemática e Física. Adoro entender o porquê das coisas, para mim tudo tem que ter uma lógica. Também gostava muito de esportes e, por isso, me formei em Educação Física. Cheguei a dar aulas de ginástica e musculação. Mas também fiz uma segunda faculdade: a de Engenharia na UFRGS. Me formei em 1988 e fui fazer um intercâmbio na Noruega, pois queria participar de grandes construções, o que era praticamente impossível no Brasil para uma mulher. Lá trabalhei em uma empresa na área de construção de túneis, barragens, plataformas de petróleo e pontes. Quando retornei ao Brasil, fui atrás de programas de trainees em grandes empresas pois havia colocado em minha cabeça que queria uma carreira em multinacional. Apliquei para três processos e acabei sendo aprovada na IBM e no Citibank. Optei pela IBM, onde participei do programa com outras 60 pessoas recém-formadas, durante um período de 7 meses. Foi assim que me apaixonei pela Tecnologia. Acho que tive sorte em trabalhar em uma grande empresa como a IBM. Fiquei lá por 24 anos, viajei por diversos lugares, conheci muita gente, morei em 2 países diferentes, ganhei prêmios…enfim, tive acesso a muita coisa bacana que, se não tivesse mergulhado nesta área, certamente não teria acontecido. Mas também passei por algumas situações em que aprendi a ter “jogo de cintura” e conseguir me impor como profissional. Diria que o maior desafio na carreira de tecnologia sempre foi – e ainda é – o fato de ser mulher. Sempre precisamos provar que temos as qualificações necessárias para as posições que assumimos ou concorremos. Ainda que muito veladamente, ainda existem restrições para as mulheres na tecnologia. Sou muito competitiva e movida por desafios, por isso, quando sinto as restrições, me motivo ainda mais a fazer melhor. Não gosto de ser tratada como minoria e nem como um número para empresas que querem promover a diversidade. As mulheres têm algumas características que vejo como positivas para a carreira em Tecnologia. Somos determinadas, focadas e, quando decidimos fazer algo, vamos atrás. Além do lado humano, que é muito importante nessa área. Percebo cada vez mais que este balanço feminino está sendo valorizado. As empresas de tecnologia não necessitam apenas de pessoas que trabalhem em desenvolvimento de aplicações ou programação. Existem várias carreiras dentro da área de Tecnologia. Mas é importante saber que, seja qual for, é preciso ter dedicação intensa, praticamente 24 horas por dia conectada, o que faz com que tenhamos que nos policiar e garantir “worklife balance” ou tempo com família, filhos e até com a gente mesma. Mesmo assim, eu tenho muita paixão pela carreira de tecnologia. Afinal, é através dela que acontecem as transformações e evoluções no mundo em que vivemos. Tecnologia é inovação. Novos produtos surgem o tempo inteiro, para melhorar ainda mais a vida das pessoas e das empresas. E, atualmente, o acesso à tecnologia vem desde cedo. Vemos crianças mexendo com aparelhos celulares e aplicativos, tanto meninos como meninas. Alguns já desenvolvem games ou mesmo aplicativos para celular. Hoje, temos exemplos inspiradores, já que grandes empresas de tecnologia são comandadas por mulheres, como a Oracle, o Youtube e a Apple. Por isso, se você gosta de tecnologia é preciso acreditar em suas capacidades e não desistir nunca, não importa o quanto tentem desestimulá-las!! Para saber mais sobre Carla Carvalho, veja seu LinkedIn: https://www.linkedin.com/in/carlacarvalho2015/
Juliana Rastrello – Vice Presidente de Serviços de Cloud & Infraestrutura da Capgemini
“A carreira de tecnologia abre portas que nem imaginamos”, conta Juliana Rastrello, Vice Presidente de Serviços de Cloud & Infraestrutura da Capgemini Comecei a trabalhar desde muito cedo, aos 14 anos, pois na época era necessário para que eu pudesse ajudar com os gastos em casa. Quando estava terminando o Ensino Médio, estava muito preocupada em fazer faculdade, pois para mim era importante ter uma formação e me inserir adequadamente no mercado de trabalho. Porém, eu não tinha muitas opções, pois sabia que não conseguiria passar em uma universidade pública e quase todas as particulares eram muito caras. Encontrei, então, uma oportunidade no programa escola da Família, onde o governo pagava meus estudos, em troca de trabalho voluntário nos colégios aos fins de semana. Procurei a lista de cursos oferecidos e descobri que Tecnologia era uma área com muitas oportunidades e que iria me proporcionar chances ilimitadas. Então, optei por embarcar nessa jornada. A faculdade de Sistemas de Informação foi desafiadora, os professores eram muito bons e a grade curricular conseguiu me trazer uma visão abrangente sobre diversos aspectos da sociedade, economia, além da área de TI. Em 6 meses de curso, logo consegui estágio e não parei mais. Inicialmente conseguir conciliar tudo junto foi muito difícil. Era faculdade, trabalho e ainda o voluntariado obrigatório aos fins de semana. Foram anos difíceis devido ao cansaço e pouquíssimas horas de lazer. Quando eu já estava no segundo ano de faculdade, consegui sair do programa escola da família, pois eu já tinha condições sozinha de arcar com os custos da faculdade. Isso me ajudou muito a ter meus finais de semana livres e poder organizar mais minha rotina. Quando saí da faculdade, eu já tinha 3 anos e meio de experiência e estava ocupando uma posição de destaque em uma empresa multinacional. Em TI, sempre há muitas oportunidades de trabalho. Esta carreira abre portas que nem imaginamos. Nunca me faltou emprego durante toda a minha vida. Quando tive minha filha, por exemplo, e fiquei um tempo fora do mercado, fiquei com medo de não conseguir voltar ou me sentir muito deslocada. Felizmente as oportunidades apareceram. Logo me recoloquei e cresci muito, sempre conseguindo conciliar família e trabalho. Por causa da tecnologia, eu já viajei para mais de 15 países, conheci diversas culturas diferentes, e tenho acesso ao que há de mais novo no mercado. A profissão é ampla. São muitas áreas diferentes com diversos níveis de conhecimento. É possível se envolver com todos os setores além de cobrir diversos aspectos que vão além da tecnologia, como: relacionamento com cliente, engajamento de equipes, treinamentos, processos etc. O lado negativo é que a área demanda muitas especializações e você precisa sempre estar em constante aprendizado. Quem cuida de operações críticas, geralmente precisa estar de plantão a noite e aos finais de semana e isso pode ser ruim se não tiver controle. Para mim, os desafios do crescimento na profissão foram as diversas especializações necessárias, além de continuamente ter que aprender a lidar com problemas complexos, melhor trabalho em equipe e controle emocional. Eu acredito que hoje é mais fácil se inserir no mercado sendo mulher. Antes tínhamos que provar com mais frequência nossos conhecimentos e o universo de TI era muito masculino. Diziam que mulher não era boa em exatas e também não tinham controle emocional para enfrentar problemas críticos e situações de conflito. Isso acabava por fazer com que tivéssemos que enfrentar a barreira da discriminação com frequência. Hoje isso já mudou muito. As mulheres têm se unido mais e as empresas perceberam que elas são tão capazes como os homens. Com a evolução da tecnologia para uma entrega mais voltada ao negócio do cliente, a participação das mulheres e suas habilidades de comunicação tem sido um fator de sucesso. Por isso, vemos tantos programas de diversidade e inclusão, para justamente garantir que exista sim a mescla de gêneros e compartilhamento de diversos pontos de vista. E eu, que sempre gostei de desenvolvimento humano e achava que a tecnologia não ia me oferecer esse contato com as pessoas, com o passar dos anos, fui me encontrando e aprendendo que o lado humano dentro de Tecnologia é muito importante. Consegui desenvolver projetos muito legais associados a esse tema dentro de TI. Para as meninas que querem seguir carreira em tecnologia, eu diria que é uma área maravilhosa e que elas conseguirão realizar muitos sonhos na carreira. É uma profissão que oferece diversidade de escolha. Se você gosta de medicina, pode trabalhar com sistemas hospitalares, robôs cirúrgicos e etc. Se gosta de direito, pode desenvolver algoritmos importantes para tomada de decisão e estudo de casos. Se gosta de pessoas, pode entrar na área de treinamento e processos. Se quer trabalhar em outros países ou ter opção de trabalhar de casa, a área de tecnologia te proporciona isso com muita facilidade. Por isso, não desista e não tenha medo! Nunca duvide da sua capacidade, siga seus sonhos e não pense que não consegue fazer algo só porque parece difícil ou complexo. Há muitas oportunidades legais que você pode estar perdendo por não tentar. Para saber mais sobre Juliana Rastrello Paes de Almeida, veja seu LinkedIn: www.linkedin.com/in/julianarastrello
Andrea Fodor – diretora de vendas da Cisco do Brasil
“A gente pode ter família e carreira. Não precisa trocar um sonho pelo outro”, diz Andrea Fodor, diretora de vendas da Cisco do Brasil Eu nasci no dia 6 de junho de 1972. Completei 48 anos em 2020 e tenho mais de 30 anos de mercado. Comecei muito cedo. Aos 17 anos eu fui trabalhar como estagiária na IBM. Lembro que meu pai teve que assinar meu contrato porque eu não tinha idade suficiente. Neste tempo todo, acumulei uma série de aprendizados e desafios e nunca parei. Até hoje estou aprendendo. Desde criança eu já gostava de fazer contas. Na escola, ganhei a Olimpíada de Matemática e, em casa, sempre ajudava meu pai a consertar eletrônicos. Tudo isso acabou me levando a fazer o colegial na Escola Técnica Estadual Lauro Gomes em São Bernardo do Campo. Depois, cursei engenharia elétrica pela Faculdade de Engenharia de São Paulo. Como disse, aos 17 anos já trabalhava na IBM. Depois do estágio, fui contratada como técnica de campo. Eu trabalhava com impressoras e equipamentos de grande porte. Eu lembro que quando eu ia atender um chamado, os clientes me olhavam com aquela cara: “Será que ela vai aguentar segurar a peça?” Naquela época, a profissão era ainda mais masculinizada do que é hoje. Desde cedo, você precisa aprender a conquistar o seu espaço e quebrar as barreiras. É claro que para ganhar respeito a mulher às vezes tem que dar o dobro de si. Mas, olhando para trás, eu vejo que sempre fui muito respeitada pelo conhecimento que tinha. O estudo na área de tecnologia dá um embasamento muito bom do ponto de vista do raciocínio lógico e da resolução de problemas. É um conhecimento que você pode usar em qualquer área. Sempre digo que um engenheiro pode ser um administrador, trabalhar em banco e uma série de outras possibilidades. Para mim, a palavra que define esta profissão é oportunidade. Hoje, tudo gira em torno da tecnologia e a gente não faz nada sem apertar um botão. Existem muitas possibilidades de pensar fora da caixa e inovar, mas é preciso estar sempre antenada com o que acontece no mundo. O lado negativo é que ainda hoje é uma carreira masculinizada. No meu time, por exemplo, só tem engenheiros homens e gostaria muito de ter uma mulher na equipe, porque a diversidade traz pontos de vista diferentes. Para as meninas que querem seguir esse sonho, eu diria que se motivem e não se assustem com as exigências da profissão. Você precisará estar sempre atualizada e colocar em prática seus conhecimentos. Mas tem muito espaço para mulher explorar e se posicionar. Enxergo que até pela capacidade cognitiva de fazer várias tarefas ao mesmo tempo e solucionar problemas, a tecnologia é uma carreira que combina com a mulher. Por isso, precisamos popularizá-la ainda mais, sem achar que a profissão pode atrapalhar a vida pessoal. Eu, por exemplo, me casei muito cedo. Tinha apenas 24 anos e fiquei grávida aos 27. Na época, era gerente de suporte de uma multinacional e tinha que estar sempre à disposição. Eu me lembro que, na virada do ano 2000, estava com aquele barrigão de plantão no escritório ceiando junto com os meus funcionários. Meu filho nasceu e eu toquei minha carreira tranquilamente. Muitas vezes, levei ele ainda pequeno para o escritório, mas nada disso foi empecilho. Hoje, o Bruno já tem 20 anos. Quando eu engravidei da Maria Fernanda, eu já trabalhava na Cisco há 3 anos. Estava em vias de fechar um grande projeto que consegui terminar antes dela nascer. Fiquei de licença por seis meses e, quando voltei, fui promovida. Esses fatos mostram que a gente não precisa postergar os nossos sonhos para seguir nossas carreiras. É possível sim conciliar a vida pessoal com a profissional. Eu nunca perdi nenhuma oportunidade por conta dos meus filhos. Por isso, digo: nunca troque um sonho pelo outro. Dá para abraçar os dois e saber dosar a intensidade de cada um no momento certo Atualmente, eu trabalho na área comercial da Cisco como diretora de Vendas da Enterprise, responsável pela carteira de grandes empresas. Em 2019, nosso trabalho atingiu 200% da meta de receita, o que colaborou para que eu ganhasse em 2020 o prêmio de executiva de destaque de vendas da IT Mídia, um feito inédito para a companhia. Isso mostra que, independentemente de ser mulher ou homem, é a nossa capacidade de aprender que nos diferencia. Eu acredito demais que a gente tem que evoluir sempre. Por isso, mesmo com faculdade e duas pós-graduações, eu continuo querendo aprender. Meu sonho agora é fazer um MBA numa universidade norte-americana. Para isso, estou aproveitando a quarentena para estudar inglês. Vejo minha filha com 6 anos me perguntando por que eu estudo tanto, mas percebo que ela fica orgulhosa. Não podemos ter vergonha nem preguiça. Nunca é tarde para correr atrás de um sonho. Essa é a minha principal mensagem. Para saber mais sobre Andrea Fodor, veja seu LinkedIn: https://www.linkedin.com/in/andrea-fodor-00b1636/
Denise Marconi – Líder da Consultoria de tecnologia na América do Sul na EY
“Procurem suporte. Há muitos cursos online, eventos e fóruns sobre tecnologia, se conectem com pessoas que possam te ajudar na carreira”, sugere Denise Marconi, líder da Consultoria de tecnologia na América do Sul na EY Nunca tive muito contato com tecnologia, na minha família não tinha ninguém dessa área. Mas, na escola, eu sempre gostei de Matemática e História. Ao escolher um curso superior, optei por fazer Ciências Econômicas. Sou de Piracicaba e fiz faculdade em Araraquara, no interior de São Paulo.No último semestre, participei de algumas feiras de emprego e gostei muito das conversas que tive nos stands da PriceWaterhouse e da Arthur Andersen sobre a carreira de consultoria. Quando me formei, em 1993, o caminho natural era trabalhar na área financeira e eu passei no processo de seleção para ser trainee no Banco Real. No início de 1994, me mudei para a cidade de São Paulo. Quando estava acabando o programa de trainee, percebi que meu sonho não era esse, então enviei meu currículo para aquelas duas empresas de consultoria que havia conhecido na época da faculdade.Passei no programa da PW e, apesar de voltar a ser trainee, tinha certeza que era essa a carreira que eu queria. Em 1995 entrei na consultoria e fui alocada na área que fazia implementações de softwares financeiros. Ali começou minha história de paixão com a tecnologia. O que mais me atraiu foi ver o resultado prático da transformação nas empresas. O maior desafio no início da minha carreira foi aprender sobre tecnologia, visto que eu vinha de um curso de Economia. Eu conhecia muito pouco e tive que aprender tudo rapidamente. Fiz isso na prática, no dia a dia dos projetos. Em 1997, fui para os EUA fazer treinamento em SAP. Após o curso, fiquei 5 meses em um projeto na Califórnia. Foi uma experiência muito rica, já que trabalhava com pessoas de diferentes culturas. Por outro lado, tive o desafio pessoal de ficar longe de meu namorado (hoje, marido). Naquela época, as ligações eram muito caras. Não tinha whatsapp, facetime, todas essas tecnologias que temos hoje. Ao longo de toda a carreira tive inúmeras outras oportunidades de crescimento, entre elas, conhecer novas tecnologias e me integrar com diferentes culturas. Em 2004, assumi um papel de gestão de um dos maiores projetos de implementação de SAP no mundo. Tive que viajar algumas vezes para fora do país quando meus filhos ainda eram muito pequenos. Meu primeiro filho, Felipe, tinha cinco anos, e minha filha Mariana, apenas 3. Em 2006 assumi a liderança de SAP para América Latina, agora na IBM GBS, onde interagi com diversos líderes da região. Nesse papel também tive a oportunidade de atuar com outras linhas de serviço. Em 2011 recebi o convite da PwC (antiga PW) para retornar à empresa e assumir a prática de Enterprise Applications, que estava começando a ser reconstruída. Ao longo de quase 8 anos, ajudei a estruturar práticas e times, abrangendo diferentes tecnologias e especialidades. Em 2019 assumi um novo desafio profissional, aceitando o convite da EY para assumir a liderança da área de consultoria de Tecnologia para a América do Sul.Como vocês podem ver, minha carreira sempre foi cheia de desafios e descobertas. Acredito que a tecnologia é a grande viabilizadora das transformações, dos negócios, das empresas e da vida das pessoas. Imagine o momento que estamos vivendo sem a tecnologia? Ela permite que trabalhemos remotamente, que as pessoas se conectem e se falem de uma forma mais humanizada, que consigamos nos consultar com médicos pelo celular, que as pessoas não precisem ir ao banco, ao supermercado, às farmácias, que novos negócios estejam surgindo por meio de plataformas digitais. Enfim, nunca vimos tantos exemplos de como a tecnologia viabiliza a transformação. Como consultora em tecnologia, vivencio a aplicação dessa transformação nas empresas na prática, além de trabalhar com times e formar pessoas. É uma profissão muito gratificante em que estamos sempre aprendendo, mas que também exige muita dedicação e comprometimento. Temos que estar sempre atualizados e às vezes trabalhar em horários alternativos. Quando falamos de mulheres em tecnologia, ainda existem alguns mitos, como por exemplo, de que em função de ter que em alguns momentos trabalhar em horários alternativos, essa é uma carreira que “não é para mulher”. Precisamos quebrar esses mitos. A carreira em tecnologia é para mulher sim! Se você gosta de tecnologia, corra atrás desse objetivo. Para as meninas que querem ter filhos, é importante ressaltar que isso não é um obstáculo para se ter uma carreira de sucesso. Uma das minhas promoções, por exemplo, aconteceu quando eu estava em licença maternidade e isso para mim foi muito marcante. É possível ser profissional de tecnologia, mãe e esposa! Aprendi desde cedo com a minha mãe que o fundamental é a qualidade de tempo que você dedica aos seus filhos e não a quantidade. Cada profissional vai encontrar o seu equilíbrio ideal na vida. O importante é ser feliz na profissão que escolher. Para saber mais sobre Denise Marconi, veja seu LinkedIn:https://www.linkedin.com/in/denise-marconi-768535/
Ana Lucia Trindade Ferraz Armelin – Diretora da BTG Pactual
“Eu sou um exemplo real de que é possível alcançar nossos sonhos”, afirma Ana Lucia Trindade Ferraz Armelin, diretora da BTG Pactual Eu sempre tive muita facilidade, interesse e um ótimo desempenho em matérias de exatas, tanto Matemática, quanto Física e Química. Em casa, meu pai sempre foi um entusiasta da tecnologia e comprou os primeiros modelos de computadores pessoais lançados no Brasil. Ele me incentivava a aprender e me mostrava o potencial e as perspectivas que as novas tecnologias traziam para a vida pessoal e profissional. Optei por fazer Engenharia Elétrica na Escola Politécnica da USP porque tive acesso a pessoas que estudaram lá e reforçaram a minha visão de que esta seria ótima porta de entrada para empresas líderes de vários setores da economia. Minha família também me apoiou muito nesta escolha. Meus pais mostraram claramente a importância de eu ter uma formação forte em universidades de ponta. Desde o início do curso, tive contato com as tecnologias disponíveis e as previsões de como elas evoluiriam e trariam novas formas de comunicação e de organização do trabalho. Com 19 anos, comecei a trabalhar em uma grande empresa multinacional de produção de equipamentos elétricos e eletrônicos para diferentes indústrias. Como eu entrei em um processo preparado para estagiários de engenharia, tive a oportunidade de trabalhar em diferentes áreas da empresa. Nesta época, a corporação estava passando pela implantação de um ERP e eu participei desse processo na área de Compras. Pude vivenciar quão profunda foi a mudança em produtividade e em como o dia-a-dia das pessoas ficou mais ágil e mais leve, com menos atividades isoladas de planejamento e controle. Foi uma experiência fascinante, com o desafio técnico de aplicar os meus conhecimentos e, ao mesmo tempo, entender o funcionamento de uma empresa como um todo. Entre os maiores desafios, além da aplicação concreta da engenharia, tive que desenvolver habilidades como a minha exposição pessoal, fazer apresentações em público, conduzir reuniões, com pessoas muito mais experientes do que eu. Tudo isto, em um ambiente totalmente masculino, em que ser mulher chamava a atenção de todos. Mas quando a mulher está preparada e com determinação para se desenvolver e crescer, as competências são iguais porque a capacidade analítica e de resolver problemas existe para todos os gêneros. O fato de o ambiente ser predominantemente masculino traz desafios específicos para mulheres como conversas e brincadeiras que muitas vezes são menos interessantes para nós. E percebo que o desenvolvimento dos relacionamentos pessoais, extratrabalho são fundamentais para todas as carreiras. Ao mesmo tempo, acredito que os aspectos positivos são maiores e mais fortes do que os negativos. Isto é o que sempre me motivou muito: a diversidade de aplicações e desdobramentos que a formação mais técnica nos permite. Atualmente, vemos que a tecnologia é um assunto estratégico, que viabiliza novos negócios, novas formas de produção e de fornecimento de serviços. A carreira em tecnologia permite flexibilidade, diversidade de perspectivas, profundidade na resolução de problemas, raciocínio logico que pode ser aplicado em diversas funções e atividades. Mas para isso é preciso ter atualização constante, necessidade de trabalhar longas horas e com muita pressão. O ambiente também é muitas vezes competitivo e bastante agressivo. Mas eu incentivo muito as meninas a seguirem a carreira em tecnologia, dando meu exemplo pessoal de que vale a pena a dedicação e a superação dos desafios, porque certamente terão grandes oportunidades de desenvolvimento e de serem autossuficientes financeiramente. Acredito que as conquistas pessoais, como mulher e como profissional, sejam experiências que devem ajudar a inspirar e encantar outras meninas. O fato de ser engenheira, trabalhar em setores predominantemente masculinos e ter conseguido alcançar os objetivos que me propus, é um incentivo. Sendo que, ao mesmo tempo, estou casada há mais de 20 anos e tenho 2 filhos gêmeos de 11 anos. Eu sou um exemplo real, em carne e osso, de que é possível, de que não é um sonho irreal ou um sonho apenas para meninos. Para saber mais sobre a Ana Lucia Trindade Ferraz Armlein, Diretora de Gestão de Portfólios Estratégicos e Governança no BTG Pactual, veja seu Linkedin: https://www.linkedin.com/in/aferraz/
Juliana Begnami – Arquiteta de solução da Microsoft
“Acredite no seu potencial, faça algo que tenha paixão e o sucesso é certo”, aconselha Juliana Begnami, arquiteta de solução da Microsoft Eu sou de uma cidade do interior de São Paulo chamada Leme. Na minha adolescência, havia pouquíssimas opções de universidade, diversão, lazer, compras e eu queria sair de lá, expandir meus horizontes. Tinha um tio meu bem sucedido formado em Matemática Aplicada e ele dizia que faltavam profissionais no mercado. Eu, que já gostava de exatas, me interessei pela área. Este tio ajudou muito eu e minha irmã mais velha e nos encaminhou para o primeiro emprego: fomos trabalhar com ele em uma empresa que desenvolvia soluções de trânsito. Este primeiro trabalho foi ótimo, mas a empresa foi vendida para um grupo maior de Belo Horizonte, então, eu comecei a procurar outro emprego. Estava no 2º ano de faculdade, pouco conhecimento e maturidade em desenvolvimento de software o que sempre me deixava em desvantagem nos testes. Houve uma empresa que me identifiquei demais e resolvi estudar arduamente para passar na prova. Lembro de ter virado duas noites estudando e consegui acertar 80% de uma prova de codificação que a empresa aplicava. E fui chamada! A carreira em tecnologia sempre foi extremamente recompensadora. Entregar uma solução que gera valor para o cliente ou sugerir algo para mudar de um processo manual para digital e o cliente te agradecer por ver que o tempo pode ser melhor aproveitado é muito bom. Mas também isso te cobra um desafio de atualização constante. Para ter diferencial competitivo, tanto dentro das empresas quanto para o mercado, é preciso ler muito, saber das notícias, entender o momento dos negócios para poder falar não de tecnologia, mas sim de solução – o que faz toda a diferença! Para mim, a palavra que define a carreira é Disrupção, porque traz a possibilidade de sempre estar no movimento de inovação e eu adoro pois não gosto de rotina e nem de nada que seja fixo. O mercado ainda é masculino. As mulheres têm o desafio de entrar, depois a necessidade de se provar e aí então ocupam seu espaço. Muitas mulheres ainda não reconhecem seu potencial e acabando por aceitar espaços de menor exposição, mas isso vem mudando. Certa vez ouvi de um colega, homem, respondendo a outro: “Mulher quando engravida avisa que vai tirar licença e isso nos permite planejar. Homem, quando vai jogar bola e rompe o ligamento do joelho, fica 3 meses afastado sem ter dado tempo para planejar. Portanto, prefiro me planejar com mulheres”. Isso me fez refletir muito e acreditar mais em mim. Durante aproximadamente 6 anos eu trabalhei com uma solução puramente focada em Engenheiros – ambiente totalmente masculino. Cheguei a fazer apresentações para auditórios com cerca de 50 homens. E estava linda, de batom e muito charmosa. O que me respaldava? Conhecia muito do que estava falando e já nas primeiras frases procurava conquistar o respeito de todos. Para as meninas que queiram seguir carreira em tecnologia, eu digo “Acredite no seu potencial! Faça algo que você tenha paixão e o resultado é certo: sucesso!” Em toda a sua vida profissional, esteja sempre de bem com a vida e com todos ao seu redor, pois o mundo dá voltas. Cultive relacionamento, amizade e sorrisos. Você pode até perder um negócio, mas nunca um amigo ou contato. Aprendi com um grande líder para o qual trabalhei: “Primeiro você se vende, depois você vende a sua empresa e por último o seu produto”. Valores são a base de tudo. Nunca se esqueça de agradecer, conforme sua crença, pelas oportunidades que a vida nos traz. Agarre todas. Sempre tive a mente tranquila para entender o momento em que eu estava, tirar o melhor dele e seguir em frente. Nos meus últimos três empregos, eu não precisei me candidatar. As empresas me encontraram e convidaram para estar com elas. Mas eu sempre procurei me atualizar e estar perto de pessoas com as quais eu poderia aprender. A trajetória me mostrou que nada é por acaso e tudo vem devido a um propósito, seja para trazer um aprendizado ou uma oportunidade. Eu fui contratada grávida no meu emprego atual. Sim, a minha empresa é fantástica, meu chefe (homem) naquele momento acreditou no meu potencial após conhecer e ouvir relatos dos meus trabalhos. Por outro lado, eu carrego o compromisso de retribuir o que a empresa fez e faz por mim. Para saber mais sobre a Juliana Begnami, veja seu LinkedIn: linkedin.com/in/juliana-begnami-49727a
Rebecca Pascuas – VP – Vendas de Soluções
“Estamos vendo o mundo mudar com a tecnologia. Coisas que há pouco tempo atrás pareciam impossíveis hoje são uma realidade”, afirma Rebecca Pascuas, VP – Vendas de Soluções Quando pequena, eu queria ser uma bailarina, mas sabendo que essa carreira era muito dura e com pouquíssimas perspectivas no Brasil, podenderei sobre uma segunda opção relacionada a matemática e raciocínio lógico, que eram áreas que me interessavam. Então, pensei na Engenharia. É interessante essa escolha porque tem muito a ver com a minha mãe. Segundo ela, tínhamos três opções de profissão a seguir: Engenharia, Direito ou Medicina. Das três, fiquei com Engenharia. Curiosidade: minha mãe é advogada e minha irmã médica! Kkk Depois de formada, alguns amigos falaram de um processo seletivo que estava ocorrendo na IBM, gigante da tecnologia, que não contratava ninguém há alguns anos. O meu perfil se encaixava nos pré-requisitos e eu resolvi participar. Naquele momento, eu também estava aguardando a resposta referente a uma bolsa de estudos para especialização em Engenharia de Solos na Itália. O processo seletivo da IBM foi concorridíssimo, mas eu passei. Após 4 meses, recebi a resposta da minha bolsa de estudos onde fui selecionada em 1º lugar. Mas aí, era tarde demais! Já tinha me apaixonado pelo mundo da tecnologia. Eu tive a sorte e o privilégio de entrar em uma grande empresa, num programa espetacular para recém-formados. Sou muito grata a IBM pela formação que me deram e credito a ela grande parte da profissional que me tornei. Entrar em uma empresa icônica, fazer parte de um grupo que estava entrando após 16 anos sem qualquer contratação – época da reserva de mercado no Brasil. Então, além de ser mulher, havia uma diferença de idade significativa com a maior parte dos profissionais mais antigos. Como já vinha de um ambiente bem masculino na faculdade de engenharia, nunca deixei que qualquer um desses aspectos fosse justificativa para nada! Desde sempre aprendi que se você se empenhar e mostrar resultado, essas diferenças ficam para trás. Tecnologia para mim significa paixão. A possibilidade de estar sempre em contato com coisas novas e provendo soluções a clientes dos mais diversos segmentos de atuação é fantástico. Você vive em constante aprendizado! Atualmente, vivemos um momento ainda mais fascinante. Coisas que há pouco tempo atrás pareciam impossíveis hoje são uma realidade. Estamos vendo o mundo mudar, através e com a tecnologia. E nós somos elementos que possibilitam e ajudam nessa mudança! Isso é ou não é apaixonante?!!!! Agora, para se dar bem na carreira, é preciso ter a inquietude e ser curiosa. Estar sempre aprendendo. Outro ponto é o equilíbrio… difícil! O trabalho é intenso, e precisa saber se monitorar para balancear outros aspectos importantes como a vida pessoal. A carreira de tecnologia é cheia de desafios, mas extremamente recompensadora. Tanto no aspecto econômico como no aspecto de realização pessoal por estar realmente fazendo algo que pode ajudar o mundo a ser melhor! Após esses 30 anos atuando na área, olhando para trás, eu não desejaria nada diferente do caminho que estou trilhando! Se puder dar um conselho para as meninas, digo que o mundo da tecnologia é empolgante e tem várias facetas. Para atuar aqui, você não precisa ser extremamente técnica, então, se dê uma chance! Quem sabe você não se apaixona como eu??? Para saber mais sobre a Rebecca Pascuas, veja seu LinkedIn: https://www.linkedin.com/in/rebeccapascuas/
Simone Okudi – Diretora de Tecnologia da Stanley Black & Decker
“Sem resiliência e dedicação não é possível ter sucesso”, diz Simone Okudi, Diretora de Tecnologia da Stanley Black & Decker Eu era adolescente quando entrei no curso de Processamento de Dados na Escola Técnica Federal de São Paulo. Na época, tinha facilidade com lógica e este me pareceu um curso promissor. Imaginei que tecnologia seria importante para qualquer outra profissão no futuro. Comecei a trabalhar na área aos 18 anos como programadora júnior. Não tive muita dificuldade técnica, pois a base escolar era boa, mas não tinha competências comportamentais e nem ideia de como funcionava o mundo corporativo e esse foi o meu maior desafio. Escolhi carreira em tecnologia por dois motivos: primeiro, porque essa profissão me deu desde muito cedo autonomia financeira. A segunda razão foi o propósito, pois percebi o quanto meu trabalho poderia gerar impacto no negócio e na vida das pessoas. Nesta profissão, você é um agente de mudanças. A tecnologia está no centro da estratégia dos negócios. É preciso se manter sempre atualizado com as inovações e, ao mesmo tempo, ser muito resiliente. Também precisa ter um senso de urgência e disponibilidade. Eu perdi a conta do número de vezes que acordei de madrugada para cuidar de uma operação 24/7. Para as mulheres, não tem como negar que a profissão tem desafios adicionais. O mercado de tecnologia é composto por 30% de mulheres apenas. Além disso, tem o viés inconsciente de que homens são melhores em exatas. Normalmente, eles são promovidos por seu potencial e, as mulheres, pelos resultados e isso desestimula aquelas que almejam posições de liderança. Uma vez ao ingressar em uma nova empresa, um dos gestores me disse: “Antes de você, havia uma mulher, mas ela não passou dos 3 meses de experiência. Não era boa o suficiente”. Na ocasião, eu não respondi, já ele era meu superior, mas aos poucos consegui avançar dentro da corporação. Alguns anos depois, me tornei gerente e essa pessoa passou a reportar-se a mim. Uma vez, ele fez questão de me agradecer por ter recebido a melhor avaliação de desempenho das minhas mãos. Eu tinha levado fatos concretos no processo de feedback e soube valorizar as suas entregas e traçar planos para o seu desenvolvimento. Gosto de contar essa estória nos fóruns de diversidade porque acho que temos que participar do processo de mudança. Eu sempre procuro fazer isso, desafiar os padrões. Quando abro uma vaga, peço currículos de mulheres. Acho importante ter diversidade de gênero, raça e idade no time, porque diferentes perspectivas trazem um benefício enorme na resolução de problemas e nos permitem inovar. Eu tenho muito orgulho da minha carreira e espero inspirar outras mulheres a seguir este caminho. Tenho certeza que a presença feminina na área fará uma grande diferença para o mundo corporativo. Eu sou apaixonada pelo que eu faço. Para mim, a carreira em tecnologia significa realização e propósito. Tenho dois filhos homens que têm orgulho de mim. E eu me inspiro com eles todos os dias. O conselho que eu daria para as meninas que querem ingressar em tecnologia é que não precisam ser uma super-heroína. Eu já tive meus erros, mas soube superar cada um e sigo aprendendo. Nunca me faltou disposição, nem crença de eu era capaz. A jornada não é perfeita e não importa se você vai chegar no topo, mas sim o que você está plantando no caminho que escolhe trilhar. No fim, dá para ser uma excelente profissional, sem abrir mão de ser esposa, mãe e tudo mais que você queira na vida! Para saber mais sobre a Simone Okudi, veja seu LinkedIn: https://www.linkedin.com/in/simone-okudi/
Lilian Quintal Hoffmann – Diretora executiva de tecnologia e operações da Beneficência Portuguesa
“A palavra que define a minha carreira é missão. Poder cuidar das pessoas a partir da tecnologia”, diz Lilian Quintal Hoffmann, diretora executiva de tecnologia e operações da Beneficência Portuguesa Eu sempre gostei de matemática, de processos e da questão da lógica. Meu desejo inicial era fazer engenharia (na época não se falava em tecnologia), mas minha família tinha poucos recursos financeiros, então, a minha opção de carreira dependia de uma escola pública. Quando eu estava no terceiro colegial, tive medo de não conseguir entrar na Escola Politécnica da USP. Eu precisava estudar em uma universidade pública, porque não tinha como pagar faculdade particular. Então, eu descobri que enfermagem era um curso menos exigido para ser aprovada e fiz o vestibular. Consegui entrar na USP na Escola de Enfermagem. Quando estava no terceiro ano, apliquei para uma vaga de estagiária no hospital alemão Oswaldo Cruz. Na mesma época, eles estavam em processo de implantação do sistema de informática. E eu pensei que poderia trabalhar lá unindo essas duas áreas: saúde e tecnologia. Eu gostava de ver como a lógica era capaz de automatizar processos e fazer as coisas funcionarem em uma velocidade diferente. Aí fui trabalhar no Centro de Processamento de Dados do hospital e comecei ali minha sonhada carreira em tecnologia. Fiquei 22 anos no hospital Oswaldo Cruz, fui para a Rede D’Or São Luiz e em 2013 comecei na BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, onde cuido, além de TI, da área de engenharia logística, obras e manutenção. Nesses mais de 30 anos de carreira, eu já vivi muitos desafios por ser mulher. O primeiro deles foi quando me convidaram para assumir o Centro de Processamento de Dados. No mesmo dia, um dos analistas pediu demissão porque não queria ser chefiado por uma mulher. Para nós, mulheres, a carreira de tecnologia ainda é um desafio. Ao assumirmos posições de liderança, então, precisamos abrir portas que ainda estão fechadas. O ambiente ainda é muito masculino. Eu acredito que precisamos sim ter um movimento para atrair o público feminino para a tecnologia. Essa diversidade cria times que entregam soluções mais criativas. Para as meninas que quiserem seguir esse caminho, abracem a carreira que traz retorno e compensação profissional, mas também exige muita dedicação. Se você não conseguir equilibrar, sua vida pessoal vai ter desgaste. Ao mesmo tempo, saiba que você poderá impactar muitas pessoas por meio da automação. A tecnologia tem a prerrogativa de ser exponencial. Dentro da minha área de saúde, por exemplo, uma mudança no processo tecnológico faz com que não haja erro médico e conseguimos poupar vidas. Poder cuidar da saúde das pessoas a partir do uso tecnologia é uma missão. Acho que a palavra que define a minha carreira. Um fato curioso que gostaria de contar é que, apesar de não ter me formado em Engenharia como queria, a vida me presenteou com um filho que estudou na Escola Politécnica da USP. Eu costumo dizer que as minhas células de alguma forma arrumaram um jeito de estar lá. E conseguir ver meu filho se formando na faculdade que eu desejava foi um grande prazer na minha vida. Para saber mais sobre a Lilian Quintal Hoffmann, veja seu LinkedIn: https://www.linkedin.com/in/lilian-quintal-hoffmann-491a3312/