O universo da tecnologia sempre esteve muito presente na minha vida, desde a infância e a adolescência, apesar dos meus pais não atuarem nesse campo, meu irmão era técnico em hardware e eu observava a facilidade que ele tinha em resolver problemas do nosso computador.

Era especialmente interessada em robôs e a ideia de criar máquinas que podiam fazer coisas sozinhas. Acompanhava as matérias da TV e ficava encantada, além disso sou super fã de Star Wars, animes no geral e sempre achei o Marvin (o robozinho de O Guia do Mochileiro das Galáxias) super fofo. Também ficava impressionada com as automações que o Grant Imahara – Engenheiro Eletricista especializado em eletrônica fazia para realizarem os testes dos Mythbusters – exibido pelo Discovery Channel. Eu queria isso, queria dominar esse conhecimento, resolver os problemas, criar coisas…

Esse interesse me levou à formação técnica em eletrônica durante o Ensino Médio, que era mais ligada aos hardwares – literalmente colocando a mão na “massa”. 

Já na faculdade de bacharel em ciência e tecnologia, me deparei com o universo mais acadêmico e que te prepara com muita literatura e conceito, o que é um pouco diferente na prática das empresas. Atualmente estou cursando Engenharia de Instrumentação, Automação e Robótica e percebo que o preparo é muito voltado para que o estudante possa produzir artigos, papers e pesquisas. Como meu desejo é seguir no mundo corporativo e busco uma efetivação no estágio atual, acabo suprindo o conhecimento mais prático com estudos complementares e participação em fóruns de tecnologia. Apesar do profissional de TI / inovação trabalhar de forma muito individual, essa é uma comunidade que se ajuda muito.

Se eu pudesse dar um conselho para as próximas gerações de meninas que pretendem entrar em uma faculdade pública de tecnologia, é que em paralelo ao que é passado na sala de aula pelos professores, que leiam muito e busquem sempre mais informações sobre as matérias aplicadas, isso vai fazer total diferença quando estiver na faculdade.

Mercado de trabalho em tecnologia – primeiros passos já iniciados

Fiz um período de estágio em 2018 na Prefeitura de São Paulo, integrando o time da Secretaria de Inovação e Tecnologia, o que foi muito positivo por permitir que eu fosse convidada para participar de um painel de discussão durante a 3ª edição Campus Party no Brasil, realizada em 2019.

Foi um momento que eu nunca pensei que chegaria na minha vida. Nós debatemos sobre diversidade na tecnologia e as pessoas pararam para ouvir o que eu tinha a dizer. É um momento que eu guardo com carinho.

No mesmo ano, deixei a Prefeitura e me submeti para o processo de estágio na IBM. Fui aprovada e entrei para prestar consultoria nas soluções Salesforce, o que inclui aplicações de CRM – Customer Relationship Management e engloba atendimento ao cliente, marketing, inteligência artificial, gestão de comunidades, criação de aplicativos, entre outras frentes.

Ainda em 2021, mesmo durante a pandemia da Covid-19 consegui uma oportunidade no Itaú e agora meu desejo é permanecer e construir minha carreira.

De técnica em eletrônica a especialista em UX

A tecnologia é muito ampla, mas tenho me interessado muito nas soluções de User Experience. Meu trabalho prático no banco consiste em acompanhar como os clientes têm sido impactados pelo funcionamento dos sistemas. É incrível vivenciar como a tecnologia traz facilidades para a vida das pessoas. Esta é uma área essencial para o modelo de sociedade que buscamos atualmente, e me vejo atuando no aperfeiçoamento desses sistemas nos próximos anos.

Ainda tenho muito o que aprender para me tornar referência em UX, mas se eu pudesse definir a tecnologia em uma palavra, seria exatamente essa: facilidade. Na minha opinião, o profissional de tecnologia é um facilitador que busca resolver os problemas do seu público alvo e trazer soluções em tecnologia que ajudam seus clientes na realização de tarefas de forma mais fácil, seja trabalho ou lazer.

Conselhos para as futuras estudantes da tecnologia

Toda profissão apresenta tanto o seu lado positivo, como o negativo. A área que escolhi para minha vida é extremamente abrangente e necessária, mas ainda não formou profissionais suficientes e o trabalho diário acaba sendo muito maior do que o número de colaboradores disponíveis. Então quem deseja ingressar na tecnologia, deve estar ciente de que há muito o que fazer e sempre em um curto espaço de tempo.

Somado a isso, há a necessidade de atualização constante e da evolução de conhecimento por parte de cada profissional, seja homem ou mulher e o resultado pode ser sobrecarga e frustração. É preciso gostar muito do que faz e ter foco no que deseja para a vida, pois as oportunidades existem para quem deseja abraçá-las.

Também por isso, olhar para dentro de si e buscar suporte é fundamental, não só para profissionais de TI, mas sem dúvida faz diferença neste setor. Nenhum trabalho vale sua saúde física ou mental, então ter momentos de descanso, lazer e cuidados como a terapia são muito positivos e vejo como essenciais para a geração atual de mulheres que são profissionais e ainda acumulam outras funções como estudantes, filhas, esposas ou mães.

Quer saber mais sobre os desafios e a rotina da Aline – acompanhe seu perfil pessoal: www.linkedin.com/in/aline-peixoto-menezes.

Texto de: Érida Silva ->https://www.linkedin.com/in/erida-silva/