Com apenas 26 anos, Camila fala com muita maturidade sobre a carreira e o caminho trilhado. Sua trajetória em tecnologia começou ainda na adolescência, com a formação técnica em Informática, passando pela EACH USP – universidade em que se formou como Bacharel em Sistemas de Informação.
Destaque entre os alunos e alunas mais dedicados, foi bolsista na Universidade de Birmingham – Inglaterra e pôde cursar um semestre da graduação com alunos do mundo todo.
Atualmente colabora com o desenvolvimento de produtos na B3 – bolsa de valores do Brasil e uma das principais empresas de infraestrutura de mercado financeiro do mundo.
Confira mais uma história inspiradora sobre ser mulher em tech.
Minha trajetória profissional começou em áreas mais técnicas e depois fui direcionando minha carreira para áreas mais voltadas à negócio e gestão. Minha primeira experiência foi como estagiária em uma consultoria, quando ainda estava no curso técnico, onde atuei na área de requisitos. Depois, já na faculdade de Sistemas de Informação, fiz outro estágio, desta vez na B3, na área de arquitetura e infraestrutura de sistemas.
Na B3, também atuei na gestão do portfólio de projetos e, mais recentemente, motivada pelo interesse em aprender, migrei para a área de Engenharia de Produtos, onde hoje ajudo a coordenar a execução de novos projetos, fazendo a ponte entre áreas de produtos, tecnologia e processos.
À primeira vista, pode parecer que uma experiência não tem nada a ver com a outra, mas eu garanto que todas elas se complementam, e que a minha formação em TI me possibilitou expandir meus horizontes para conhecer um pouco mais sobre muitas outras áreas.
De acordo com seus interesses e de como você conduz sua carreira, é possível tornar-se uma profissional muito completa, que conhece não somente tecnologia direcionada ao desenvolvimento de sistemas, mas também as necessidades de negócio. Há espaço para quem gosta de programar e tem um perfil mais analítico, e também para quem curte trabalhar mais com o meio físico, como infraestrutura e redes, ou ainda para quem prefere, como eu, trabalhar com a tecnologia como meio para viabilizar novos produtos e soluções, liderando iniciativas de gestão e governança. Resumindo: você pode se desenvolver como quiser!
Desafios da mulher na tecnologia
Vejo que o principal desafio para um profissional de TI, seja homem ou mulher, está na necessidade de se adaptar constantemente a novas tecnologias do mercado, soluções, metodologias e formas de trabalhar. Também tem o fato de que na teoria tudo é muito mais fácil, mas na prática, há muitas variáveis envolvidas, integrações sistêmicas, tecnologias diferentes, e leva-se um tempo para absorver e assimilar tudo isso.
Para as mulheres especialmente, este ambiente pode parecer um pouco intimidador pelo fato de ainda haver uma presença maior de homens (apesar desse indicador estar gradativamente crescendo devido a prática de políticas de diversidade das empresas, presença cada vez maior de especialistas que inspiram e influenciam outras mulheres nas redes sociais e iniciativas de organizações como esta da #SerMulherEmTech). Mas, posso dizer que em todos os lugares por onde passei fui muito bem acolhida, inclusive em áreas em que eu era a única mulher. Por isso, se você se interessa por essa carreira, siga em frente e ‘se joga’! Seja no ambiente de trabalho, em encontros presenciais ou conexões online a partir das redes sociais, existe um suporte incrível de outras mulheres que podem te ajudar a chegar onde quiser.
Conselhos que valem ouro
- Especialista x Generalista
Um ponto de atenção de TI é que, se você optar por especializar-se em determinado assunto ou tecnologia, migrar para outras áreas acaba sendo um pouco mais difícil, justamente pelo nível de conhecimento técnico exigido. Há prós e contras nesse caminho, então se você optar por desenvolver um perfil especialista, avalie com calma qual tema mais te interessa.
- Ative o modo ON da curiosidade
Demonstrar interesse e curiosidade contribuem para o desenvolvimento profissional e abrem muitas portas! Quando eu trabalhava com infraestrutura, por exemplo, não era mandatório que eu buscasse conhecer com mais detalhes a demanda do cliente e as razões pelas quais a solução foi conceituada de uma determinada forma. Mas, buscando conhecimento para me tornar uma profissional melhor, eu quis me aprofundar e conhecer um pouco mais sobre tudo, para além do que era esperado que eu fizesse. Hoje, não sou uma especialista em uma determinada tecnologia, mas sou generalista o suficiente para ir do macro para o micro e conversar na mesma língua com uma gama de profissionais de várias áreas diferentes. Acredito que isso tenha ajudado a me tornar uma profissional mais completa.
- Leve os estudos do idioma à sério
Para quem deseja se desenvolver na carreira, é fundamental ter uma boa base no inglês, tanto para os estudos quanto para estar preparado para oportunidades de trabalho, inclusive no exterior. Diferentemente de outras formações, em que para atuar no exterior você precisa revalidar seu diploma, por exemplo, uma carreira em tecnologia pode ser mais ampla, com atuação global, a depender das tecnologias e metodologias que você domina. Além disso, mesmo em empresas brasileiras, projetos de tecnologia podem envolver a atuação de profissionais do mundo todo. Mas, para estar preparado para essas oportunidades no futuro, é importante começar hoje, então se planeje, também, para o médio/longo prazo.
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Para saber mais sobre as experiências e qualificações da Camila, acesse: https://www.linkedin.com/in/camilafcastro/
Texto de: Érida Silva -> https://www.linkedin.com/in/erida-silva/