Olá! No artigo publicado sobre a trajetória de Suleir Branco, o conceito de superação foi introduzido. Em uma trajetória de carreira de muitos anos, não há como não viver momentos de superação. Não estaríamos sendo verdadeiras com as meninas que queremos inspirar se falássemos que a jornada na área de tecnologia é toda rosa, sem obstáculos. O importante é a mensagem que, mesmo com muitos obstáculos, a carreira na área de tecnologia proporciona grandes alegrias e nos impulsiona a querer crescer e aprender sempre! Por esta razão, começarei a compartilhar vivências pessoais de superação que aconteceram no decorrer de minha carreira. De saída, ouso dizer que não é nada fácil fazer público muitas das ocasiões que serão compartilhadas. Mas o tom do blog não sobreviverá se não houver muita verdade sendo dividida. Começo com um episódio de muitos anos atrás. Como sabem, estudei em Porto Alegre e, após formada, passei três anos fora do Brasil entre os EUA e a Alemanha. Pouco tempo após retornar ao Brasil, me apaixonei, me mudei para São Paulo, casei, fui morar novamente nos EUA já casada em função de uma transferência de meu marido. Para aproveitar melhor esta nova temporada fora, resolvi fazer mestrado. Tive a sorte de conseguir uma bolsa integral em uma das melhores instituições na área de especialização que desejava – Tecnologias Instrucionais. Assim comecei meus estudos. Muito pouco tempo após nossa chegada aos EUA, fui surpreendida com um pedido de divórcio, o que me derrubou emocionalmente. Não tendo emprego no Brasil nem casa montada, resolvi ficar nos EUA e, com muita batalha, me graduei “Master of Science” com louvor. Aqui já considero uma superação, dentro das circunstâncias que estava, conseguir não só concluir o curso mas também estar entre os melhores alunos. Pois bem… voltei para o Brasil e comecei a trabalhar em uma empresa nacional de serviços de tecnologia. Após alguns meses, me juntei a uma amiga, grande pedagoga da área de ensino de tecnologia para jovens (e hoje Diretora de Tecnologia de uma grande escola da cidade de São Paulo e profissional de destaque nesta área) e iniciamos a prestar serviços de consultoria a uma rede de franquias de ensino de informática para crianças. Detalhe: eu trabalhava à noite e aos fins de semana nesta atividade. Nossa missão era construir toda a proposta pedagógica de ensino de informática desta franquia, bem como todos os planos de aula para uma faixa etária de crianças a partir dos 4 anos. O trabalho realizado provocou eu ser convidada pelo dono desta franquia (e também na época dono de uma oura rede de franquias de ensino de línguas) para ser a Diretora de Operações da Rede de Escolas. O convite foi extremamente agressivo financeiramente, realmente uma grande oportunidade. E lá fui eu ….sai da empresa que trabalhava e iniciei a atividade de Diretora de Operações. Apenas alguns meses depois, nossa rede já tinha 25 franquiados em diferentes cidades brasileiras. Neste momento tive um choque profissional: ao chegar no escritório, soube que minha posição havia sido ocupada por outro profissional (na verdade um amigo do dono da rede de franquias). Não fui desligada, mas fiquei em uma situação muito desconfortável. Mais uma vez tive que superar um momento difícil. Fui resistente e, pouco tempo depois, tive sucesso em um processo de entrevistas na Sun Microsystems, que na época era praticamente uma startup no Brasil. Foi o início de uma época profissional espetacular, durante o qual recebi muitos prêmios de reconhecimento, incluindo “Melhor Diretora de Educação da Sun Globalmente”. Foi ou não foi uma superação?
Quer participar da criação das grandes mudanças que estão alterando a forma como vivemos? Entrevista com Dóris Garcia
Olá meninas. Este post é muito especial para mim pois vocês conhecerão um pouquinho sobre uma querida amiga gaúcha: Dóris Garcia, Global Customer Solution Center Program Manager na HPE. A Dó (é assim que a chamo) e eu dividimos muitos anos escolares juntas. Praticamente todo o que hoje é chamado Ensino Fundamental II e Ensino Médio. Após muitos trabalhos em grupo, muitas provas, muitas confidências trocadas, muitas baladinhas, entre muito mais que meninas da nossa idade faziam, no final tomamos a mesma decisão: seguir a carreira na área de tecnologia. Seguimos por Universidades diferentes mas sempre estivemos muito próximas. A carreira da Dóris é um grande exemplo de que ao seguir tecnologia, pode-se esperar por longevidade e aprendizado constante. A sua carreira também ilustra a possibilidade de ter-se uma carreira inteira, com diferentes e desafiadoras posições na mesma empresa. Vocês verão que ela está na HPE há mais de 26 anos, e já atuou em posições locais, globais e passou até uma longa temporada nos Estados Unidos. Mas a principal característica de sua carreira que quero enfatizar neste artigo é conciliar seu papel de mãe e profissional. Quando questionada sobre como concilia ser mãe com sua jornada profissional, vejam o que a Dó comenta: “Sou uma privilegiada nesta área pois trabalho em casa já fazem alguns anos e consigo ter uma participação importante na vida das minhas filhas. Estou presente na rotina escolar delas e consigo organizar o meu trabalho para que possa conciliar da melhor forma possível o meu papel de mãe e de profissional.” Vamos à entrevista da Dóris? Leiam com atenção pois ela tem dicas super interessantes! Qual é a sua formação acadêmica? Sou formada em Análise de Sistemas pela PUC-RS e tenho pós graduação na UFRGS em Sistemas de Informação e Telemática Onde trabalha e há quanto tempo trabalha nesta Empresa? Trabalho na Hewlett Packard Enterprise desde 1988. Ainda tem desafios trabalhando este tempo na mesma empresa? Sempre, pois em uma empresa do tamanho da HPE existem multiplas opções de carreira. Somos estimulados a buscar novos desafios, a crescer e temos muitas opções de caminhos a seguir. Eu exerço uma função global, então além dos desafios inerentes a profissão tenho os desafios culturais, que é muito estimulante. Como vê a carreira na área de tecnologia? Acredito que é uma área de muito crescimento e possibilidades, desde o empreendedor individual que cria um App para celular, passando por desenvolvedores de software, suporte, automação industrial até funções de gestão de tecnologia. Sem limite de área, pois a tecnologia está presente em tudo na nossa vida e só tende a aumentar com a Internet das coisas onde tudo passa a ser conectado. Na sua visão, qual é o lado positivo de ter carreira em tecnologia? Antes de mais nada estar sempre em contato com inovação, é uma área repleta de oportunidades e energia, onde as grandes invenções acontecem e que com dedicação, estudo e esforço tem lugar pra todo mundo. Temos grandes mulheres nesta área e acredito que precisamos de muito mais pois precisamos estar presentes definindo o futuro. O que diria para meninas em relação a seguir carreira em tecnologia? Meninas, super vale a pena! Para quem gosta de desafios e novidades a área de tecnologia oferece grandes oportunidades. Precisamos muito da participação de vocês, estamos hoje definindo produtos e serviços que farão parte do nosso dia-a-dia nos próximos meses e anos e sem a sua contribuição, eles serão projetados sem levar em consideração aspectos e funcionalidades que só a mente feminina é capaz de pensar, criar e inventar. Mais algum comentário? Sim, ao pensar em seguir uma carreira, tenham a mente aberta, leiam muito, aproveitem espaços como este aberto pela Cecilia para se informarem sobre as diversas possibilidades. A carreira em tecnologia é muito ampla e pode ser conciliada com diversas áreas profissionais, desde criação de sistemas especialistas para diagnóstico de doenças, previsão de comportamento do mercado financeiro até para aproximar as pessoas como é o caso das mídias sociais. Infelizmente a imagem que a mídia passa é que é uma profissão de nerds esquisitos, somos um pouco nerds sim, mas também somos um pouco de tudo e participamos da criação das grandes mudanças que estão mudando a forma como vivemos, nos comunicamos e nos divertimos. Sem esquecer que também tem uns que ficam milionários depois de inventarem o Uber, Twitter, Facebook, Airbnb, etc.
Ainda esquentando…
Alguns dias já se passaram desde o meu último artigo sobre o tema. Novamente repito que o tom de minha conversa não é de gênero mas de dar uma direção a jovens mulheres. Ser feliz é a prioridade de jovens ao escolher sua carreira. Ser feliz significa realizar sonhos. Trilhar caminho profissional em tecnologia é abrir muitas possibilidades e realizações de sonhos Camila Achutti é exemplo de jovem em tecnologia com muitas realizações. Fala-se muito das dificuldades de #SerMulherEmTech e pouco divulga-se as oportunidades existentes. Vejam o meu caso: estudei em escola e faculdade pública. Hoje sou cidadã do mundo. Muito viajei, falo diversas línguas, realizei muitos sonhos. E tenho ainda muitos a realizar! #SerMulherEmTech abre caminhos! Temos que divulgar mais mulheres que sirvam de inspiração para meninas em como é bom #SerMulherEmTech. Vejam o exemplo de Claudia Melo. Brasileira que brilha e realiza muito no universo de tecnologia. #SerMulherEmTech não é somente oportunidades em desenvolvimento de software. É também trabalhar em marketing, em vendas, desenvolvimento de negócios, e outras áreas. São muitas as opções! Empresas de tecnologia oferecem diversos caminhos a jovens. Na SAP, empresa que trabalho há 9 anos, há o Programa SAP Academy. Ainda na SAP temos o Programa Young Professional voltado para a capacitação de jovens talentos. Se você é uma jovem mulher descubra como a tecnologia pode fazer você brilhar.Aprenda ferramentas para se destacar na escola. Este ano meninas brasileiras venceram o Technovation Challenge, programa de empreendedorismo. Participe das incríveis inovações do amanhã. Conheça iniciativas para inspirar meninas em tecnologia. Conheça Code Girl, Girl Develop It, Girls Make Games, Girls Who Code, Made With Code #SerMulherEmTech é ter horário flexível. É trabalhar remotamente. É aprender coisas novas sempre. Camila Achutti e Claudia Melo são referências entre muitas outras que podem ser citadas conquistando a área de tecnologia Como comentei, estarei escrevendo nesse canal lindas histórias de #SerMulherEmTech. Inspire-se. Siga-me em @MarshallCecilia Like #SerMulherEmTech – vamos inspirar e encantar? artigo 2
Iniciando – vamos encantar e inspirar?
Já há muito tempo desejo compartilhar minha trajetória escolar e profissional. Muito mais que contar minha história, minha pretensão era de, de alguma forma, influenciar jovens brasileiras a ingressarem no mundo da tecnologia. Venho adiando qualquer movimento nessa direção… para aqueles que me conhecem, pode soar estranho pois sou conhecida por executar tudo que planejo. Diferente de outros projetos, esse permaneceu engavetado até poucos dias atrás quando li um artigo sobre Camila Achutti, que é formada em Ciência da Computação pela USP e agora mestranda pela mesma instituição, e é uma evangelizadora do poder da tecnologia. Nesse artigo Camila comenta que ingressou na faculdade de Ciência da Computação vislumbrando a carreira na área como um meio de realizar seus sonhos. Camila menciona toda as dificuldades e barreiras enfrentadas em seu caminho enquanto não tinha nenhum exemplo claro para lhe servir de inspiração e modelo. Camila tornou-se uma das líderes do movimento por igualdade de gêneros no mercado de Tecnologia de Informação no Brasil. A leitura desse artigo produziu um efeito de esperança e entusiasmo em mim, o mesmo efeito que sinto ao ver fogos de artifícios na celebração do Ano Novo. O tom que gostaria de dar a este posting e outros que espero publicar, não é o de igualdade de gêneros na área de tecnologia, e sim um tom de esperança e direção a jovens mulheres brasileiras. A carreira na área de tecnologia pode ser a chave de realização de muitas aspirações. Trilhar um caminho profissional nessa área é abrir uma série de possibilidades. Minha história e de tantas outras mulheres exemplificam minha afirmação. Vejam que estudei em escola pública e fiz faculdade em Universidade Federal. Cursei Ciência da Computação nos anos 80, realizando projetos da faculdade utilizando cartão perfurado. Inicialmente entrei em Engenharia Elétrica mas logo mudei para Ciência da Computação por ser no período noturno e possibilitar trabalhar durante o dia. Logo após minha formatura na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, consegui um estágio remunerado pela AIESEC* na IBM de Nova Iorque, EUA. Para viabilizar minha viagem, busquei empréstimos com pessoas conhecidas. Após 18 meses, emendei outro estágio na IBM de Hamburgo, Alemanha. E não parei mais. Após alguns anos trabalhando de volta no Brasil, ganhei bolsa de estudos integral e fiz Mestrado em Tecnologia Instrucional nos Estados Unidos. Tive diversas posições desafiadoras em diferentes áreas de empresas de tecnologia. Há 5 anos tenho uma posição de liderança em Marketing em uma multinacional de software. Além das possíveis possibilidades, a participação mais efetiva de mulheres nas engenharias e em outras áreas de ciência, tecnologia e inovação é fundamental para que o Brasil atinja a soberania tecnológica e um grau de competitividade frente ao mercado global. Um dos limitantes é que poucas mulheres direcionam suas vidas profissionais para as carreiras tecnológicas. Assim como mencionou Camila em seu artigo, há vários outros que afirmam a importância de meninas serem apresentadas a exemplos de mulheres para serem influenciadas a seguir estas profissões. Em minha carreira recebi diversos prêmios profissionais. É uma trajetória fácil? Claro que não é!!!! Mas certamente é um caminho que permite a realização de diversos sonhos. É sim um caminho que permite balanço entre vida pessoal e profissional. É sim um caminho que pode-se manter motivado sempre! E é com o intuito de inspirar e encantar jovens mulheres a entrarem na vida da tecnologia que estou aqui humildemente contando um pouco de minha história e contarei em outros postings a de outras mulheres que tive o prazer de conhecer. * a AIESEC é uma rede global formada por jovens universitários e recém-graduados, que, por meio do trabalho dentro da organização e de intercâmbios profissionais, estimula a descoberta e o desenvolvimento do potencial de liderança de seus membros