“O glass ceiling ocorreu em diversos momentos em que assumi uma responsabilidade maior dentro da companhia. Mas de gerente para gerente sênior, senti que precisava lutar mais por uma promoção. Foi quando precisei me posicionar, falar o que eu queria, e mostrar os resultados do meu trabalho.” – Silvana Xavier Eu sou mãe da Júlia, de onze anos, e da Luana, de sete anos, casada há dezesseis anos e executiva com mais de vinte anos de experiência no mercado de tecnologia. Meu desejo de trabalhar no setor surgiu devido à influência do meu pai. Sempre fui uma excelente aluna e uma das minhas matérias favoritas era matemática. Sempre tive facilidade com números e, é claro, admirando meu pai e o curso que ele havia feito, decidi que seguiria o mesmo caminho e prestaria vestibular para Administração de Empresas. No entanto, quando compartilhei a notícia com ele, orientou-me que o melhor que eu poderia fazer para o meu futuro seria cursar algo relacionado à computação, pois a tecnologia seria a tendência para os próximos anos. Mesmo sem um computador em casa, animei-me com a ideia e prestei vestibular para Ciência da Computação na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. Lá, encontrei minha primeira rede de apoio feminina. Em uma turma com quarenta homens, eu era apenas uma das três mulheres que, juntas, se apoiaram e se formaram em um curso majoritariamente masculino. Não sofri nenhum tipo de assédio, mas me recordo de um episódio em que acredito que, por ser mulher, fiquei de fora de uma possível oportunidade de iniciação científica, já que o professor responsável não me considerou como potencial candidata ao projeto. No entanto, isso não me parou. Mesmo que um homem não tivesse me enxergado, encontrei outros que me deram a mão e me ajudaram a conquistar algo ainda melhor. Fui incentivada por um de meus professores, que me orientou em um projeto de pesquisa do qual fazia parte. Ele me motivou a seguir com minha vida acadêmica e a tentar um mestrado na UNICAMP. Segui seus conselhos e mudei-me de Campo Grande para Campinas. Sempre fui uma excelente aluna e uma das minhas matérias favoritas era matemática. Sempre tive facilidade com números e, é claro, admirando meu pai e o curso que ele havia feito, decidi que seguiria o mesmo caminho e prestaria vestibular para Administração de Empresas. No entanto, quando compartilhei a notícia com ele, orientou-me que o melhor que eu poderia fazer para o meu futuro seria cursar algo relacionado à computação, pois a tecnologia seria a tendência para os próximos anos. Mesmo sem um computador em casa, animei-me com a ideia e prestei vestibular para Ciência da Computação na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. Lá, encontrei minha primeira rede de apoio feminina. Em uma turma com quarenta homens, eu era apenas uma das três mulheres que, juntas, se apoiaram e se formaram em um curso majoritariamente masculino. Não sofri nenhum tipo de assédio, mas me recordo de um episódio em que acredito que, por ser mulher, fiquei de fora de uma possível oportunidade de iniciação científica, já que o professor responsável não me considerou como potencial candidata ao projeto. No entanto, isso não me parou. Mesmo que um homem não tivesse me enxergado, encontrei outros que me deram a mão e me ajudaram a conquistar algo ainda melhor. Fui incentivada por um de meus professores, que me orientou em um projeto de pesquisa do qual fazia parte. Ele me motivou a seguir com minha vida acadêmica e a tentar um mestrado na UNICAMP. Segui seus conselhos e mudei-me de Campo Grande para Campinas. O mestrado me abriu portas. Consegui uma vaga na CI&T como desenvolvedora júnior. Logo de início, minha gestora era uma mulher, o que me incentivou e deu início ao que gosto de chamar de rede de apoio. Mulheres precisam se apoiar. Minha chefe logo percebeu meu potencial. Entrei em um contrato grande que precisava especificamente do meu apoio, o que me deu a oportunidade de demonstrar minhas habilidades. Fui evoluindo dentro da empresa até me tornar liderança técnica. A CI&T é meu primeiro e único emprego. Estou há dezoito anos na companhia e posso dizer que cresci junto com ela. Tive a oportunidade de ser vista por minhas líderes mulheres. Confesso que, a partir da gerência, senti dificuldade para continuar crescendo na carreira. O glass ceiling ocorreu em diversos momentos em que assumi responsabilidades maiores dentro da companhia. Da posição de gerente para gerente sênior, senti que precisava lutar ainda mais por uma promoção. Foi quando precisei me posicionar, dizer o que eu queria e mostrar os resultados do meu trabalho. Um momento interessante na minha carreira foi quando recebi uma promoção para executiva. Na época, eu já estava bem, trabalhando em um contrato importante, com grandes desafios. Quando fui convidada para dar mais um passo, inicialmente disse que não queria, pois não me enxergava nesse papel e não achava que era para mim. Para mim, o equilíbrio de vida é fundamental, e eu queria poder equilibrar as responsabilidades da minha família com as do meu marido, pois sentia que ele estava cuidando de 70% das tarefas. Era importante para mim que dividíssemos tudo igualmente. O tempo foi passando e, nesse mesmo momento na empresa, começou-se a falar muito sobre diversidade e inclusão na CI&T. Nossa vice-presidente, Solange, também me convidou para organizar o grupo de mulheres dentro da empresa, e eu aceitei. Durante minha liderança no grupo, comecei a estudar como as mulheres se comportavam no meio corporativo e me vi reproduzindo muitos dos comportamentos que estava aprendendo. Um livro que foi um divisor de águas na minha vida chama-se ” Lean In: Women, Work, and the Will to Lead”, de Sheryl Sandberg. A obra dá dicas para mulheres no mundo corporativo e aborda o equilíbrio entre vida profissional e pessoal. Unindo o aprendizado do livro, a experiência no grupo de mulheres da CI&T e o apoio da minha família, tomei minha decisão e aceitei o
“É fundamental ter à consciência de que lugar ocupa sua carreira entre as prioridades de vida que você tem, sabendo que não tem certo e errado. O que existem são escolhas.” – Laís Machado, consultora na LerMe, conselheira de carreira e professora de Gestão Estratégica de Pessoas na FIA
Laís Machado, consultora na LerMe, conselheira de carreira e professorade Gestão Estratégica de Pessoas na FIA Laís Machado, consultora na LerMe, conselheira de carreira e professorade Gestão Estratégica de Pessoas na FIA Laís Machado, consultora na LerMe, conselheira de carreira e professorade Gestão Estratégica de Pessoas na FIA Laís Machado, consultora na LerMe, conselheira de carreira e professorade Gestão Estratégica de Pessoas na FIA É fundamental ter à consciência de que lugar ocupa sua carreira entre as prioridades de vidaque você tem, sabendo que não tem certo e errado. O que existem são escolhas. Fui a primeira pessoa da minha família a atuar com tecnologia. Minhas referências eram o serviço público e o trabalho informal. Não tive uma influência em casa para essa escolha. Fui movida pela paixão que tenho por tecnologia e por melhorar a vida das pessoas. Aos 18 anos, no curso de Sistemas da Informação, enfrentei os desafios de toda jovem ao iniciar no mercado, como conciliar trabalhos e estudo e aprimorar minha postura profissional. Afinal, minha autocrítica sempre foi muito grande, e mais do que vista, eu queria ser respeitada nos projetos em que atuei. Porque no final do dia é isto: 50% da obrigação de um profissional de tech é dominar a parte técnica e se atualizar sempre; os outros 50% estão em você desenvolver a comunicação, a resiliência e – não menos importante – entender o business da empresa e a necessidade dos clientes. A tecnologia cresceu e eu fui junto com ela. Saí de Belo Horizonte há 15 anos para trabalhar em São Paulo, e trouxe minha garra e coragem na mala para dar conta da vida adulta em uma cidade que não para. Era para ser apenas um projeto, mas deu tão certo, que sigo aqui, e hoje sou consultora especialista em SAP para a área de supply chain e compras, um desafio que me demanda estar sempre atualizada e interagindo com muitas pessoas de diversos lugares e backgrounds. Isso é o legal de tech. São tantas as possibilidades de carreira, que você não precisa fazer uma única escolha de vida e seguir na ideia eternamente. Você pode saber java, devops, agile… Ir mais para o lado de gestão ou especialista, haverá sempre lugar para quem quer perseverar. E lutar pelo seu espaço também significa se impor de maneira respeitosa e batalhar para que as empresas sejam lugares efetivamente mais diversos. Nesses 20 anos de carreira, vejo o quanto avançamos em equidade de gênero. Quando penso na minha faculdade, em que eu cheguei a ser a única aluna em meio a mais de 60 homens, eu vejo que caminhamos uma parte e o quanto ainda é preciso evoluir. Por isso, acredito que é preciso criar uma cultura corporativa que quebre os vieses desde a contratação de novas trabalhadoras (não precisar perguntar se a candidata é casada ou tem filho, por exemplo) até sua permanência na empresa. É preciso ter um ambiente mais acolhedor e seguro, e estender as políticas de benefícios para as famílias. As mudanças nas corporações precisam refletir o que queremos na sociedade. E isso demanda atitude. É mais que treinamento para funcionários. É o comportamento da alta hierarquia também. O walk the talk funciona. Eu diria às mulheres em tech, em especial às minhas mentoradas, que tenham determinação e não desistam no primeiro problema. Afinal, a tecnologia serve para resolver problemas. Tenha astúcia, busque seu espaço e entregue cada vez melhor. Escolha as suas batalhas e lembre-se de que contra fatos não há argumento. Aproveito para deixar uma dica. Eu gosto muito do livro “Os quatro compromissos”, de Don Miguel Ruiz, queria compartilhar algo que eu tento levar para a vida: 1º compromisso: seja impecável com sua palavra 2º compromisso: não leve nada para o lado pessoal 3º compromisso: não tire conclusões 4º compromisso: dê sempre o melhor de si E por último: a carreira tech demanda muito de nós. Se descuidarmos, ela toma um pedaço da nossa vida pessoal. Então trabalhe o equilíbrio. Seja bike, ioga, skate, surf ou pilates, eu sempre procuro algo que trabalhe corpo e mente para não adoecer. Busque o que faz sentido para você. — Para saber mais sobre a Catarina, siga-a no Linkedin. Texto de Renata Murari -> https://www.linkedin.com/in/renata-murari-/
“Eu diria às mulheres em tech, em especial às minhas mentoradas, que tenham determinação e não desistam no primeiro problema. Afinal, a tecnologia serve para resolver problemas”, reforça Catarina Teixeira, consultora especialista SAP.
Fui a primeira pessoa da minha família a atuar com tecnologia. Minhas referências eram o serviço público e o trabalho informal. Não tive uma influência em casa para essa escolha. Fui movida pela paixão que tenho por tecnologia e por melhorar a vida das pessoas. Aos 18 anos, no curso de Sistemas da Informação, enfrentei os desafios de toda jovem ao iniciar no mercado, como conciliar trabalhos e estudo e aprimorar minha postura profissional. Afinal, minha autocrítica sempre foi muito grande, e mais do que vista, eu queria ser respeitada nos projetos em que atuei. Porque no final do dia é isto: 50% da obrigação de um profissional de tech é dominar a parte técnica e se atualizar sempre; os outros 50% estão em você desenvolver a comunicação, a resiliência e – não menos importante – entender o business da empresa e a necessidade dos clientes. A tecnologia cresceu e eu fui junto com ela. Saí de Belo Horizonte há 15 anos para trabalhar em São Paulo, e trouxe minha garra e coragem na mala para dar conta da vida adulta em uma cidade que não para. Era para ser apenas um projeto, mas deu tão certo, que sigo aqui, e hoje sou consultora especialista em SAP para a área de supply chain e compras, um desafio que me demanda estar sempre atualizada e interagindo com muitas pessoas de diversos lugares e backgrounds. Isso é o legal de tech. São tantas as possibilidades de carreira, que você não precisa fazer uma única escolha de vida e seguir na ideia eternamente. Você pode saber java, devops, agile… Ir mais para o lado de gestão ou especialista, haverá sempre lugar para quem quer perseverar. E lutar pelo seu espaço também significa se impor de maneira respeitosa e batalhar para que as empresas sejam lugares efetivamente mais diversos. Nesses 20 anos de carreira, vejo o quanto avançamos em equidade de gênero. Quando penso na minha faculdade, em que eu cheguei a ser a única aluna em meio a mais de 60 homens, eu vejo que caminhamos uma parte e o quanto ainda é preciso evoluir. Por isso, acredito que é preciso criar uma cultura corporativa que quebre os vieses desde a contratação de novas trabalhadoras (não precisar perguntar se a candidata é casada ou tem filho, por exemplo) até sua permanência na empresa. É preciso ter um ambiente mais acolhedor e seguro, e estender as políticas de benefícios para as famílias. As mudanças nas corporações precisam refletir o que queremos na sociedade. E isso demanda atitude. É mais que treinamento para funcionários. É o comportamento da alta hierarquia também. O walk the talk funciona. Eu diria às mulheres em tech, em especial às minhas mentoradas, que tenham determinação e não desistam no primeiro problema. Afinal, a tecnologia serve para resolver problemas. Tenha astúcia, busque seu espaço e entregue cada vez melhor. Escolha as suas batalhas e lembre-se de que contra fatos não há argumento. Aproveito para deixar uma dica. Eu gosto muito do livro “Os quatro compromissos”, de Don Miguel Ruiz, queria compartilhar algo que eu tento levar para a vida: 1º compromisso: seja impecável com sua palavra 2º compromisso: não leve nada para o lado pessoal 3º compromisso: não tire conclusões 4º compromisso: dê sempre o melhor de si E por último: a carreira tech demanda muito de nós. Se descuidarmos, ela toma um pedaço da nossa vida pessoal. Então trabalhe o equilíbrio. Seja bike, ioga, skate, surf ou pilates, eu sempre procuro algo que trabalhe corpo e mente para não adoecer. Busque o que faz sentido para você. — Para saber mais sobre a Catarina, siga-a no Linkedin. Texto de Renata Murari -> https://www.linkedin.com/in/renata-murari-/
“Se eu pudesse dar um conselho para as próximas gerações de meninas que pretendem entrar em uma faculdade pública de tecnologia, é que em paralelo ao que é passado na sala de aula, leiam muito e busquem sempre mais informações sobre as matérias aplicadas”, Aline Peixoto de Menezes – estudante de Engenharia de Instrumentação, Automação e Robótica na Universidade Federal do ABC.
O universo da tecnologia sempre esteve muito presente na minha vida, desde a infância e a adolescência, apesar dos meus pais não atuarem nesse campo, meu irmão era técnico em hardware e eu observava a facilidade que ele tinha em resolver problemas do nosso computador. Era especialmente interessada em robôs e a ideia de criar máquinas que podiam fazer coisas sozinhas. Acompanhava as matérias da TV e ficava encantada, além disso sou super fã de Star Wars, animes no geral e sempre achei o Marvin (o robozinho de O Guia do Mochileiro das Galáxias) super fofo. Também ficava impressionada com as automações que o Grant Imahara – Engenheiro Eletricista especializado em eletrônica fazia para realizarem os testes dos Mythbusters – exibido pelo Discovery Channel. Eu queria isso, queria dominar esse conhecimento, resolver os problemas, criar coisas… Esse interesse me levou à formação técnica em eletrônica durante o Ensino Médio, que era mais ligada aos hardwares – literalmente colocando a mão na “massa”. Já na faculdade de bacharel em ciência e tecnologia, me deparei com o universo mais acadêmico e que te prepara com muita literatura e conceito, o que é um pouco diferente na prática das empresas. Atualmente estou cursando Engenharia de Instrumentação, Automação e Robótica e percebo que o preparo é muito voltado para que o estudante possa produzir artigos, papers e pesquisas. Como meu desejo é seguir no mundo corporativo e busco uma efetivação no estágio atual, acabo suprindo o conhecimento mais prático com estudos complementares e participação em fóruns de tecnologia. Apesar do profissional de TI / inovação trabalhar de forma muito individual, essa é uma comunidade que se ajuda muito. Se eu pudesse dar um conselho para as próximas gerações de meninas que pretendem entrar em uma faculdade pública de tecnologia, é que em paralelo ao que é passado na sala de aula pelos professores, que leiam muito e busquem sempre mais informações sobre as matérias aplicadas, isso vai fazer total diferença quando estiver na faculdade. Mercado de trabalho em tecnologia – primeiros passos já iniciados Fiz um período de estágio em 2018 na Prefeitura de São Paulo, integrando o time da Secretaria de Inovação e Tecnologia, o que foi muito positivo por permitir que eu fosse convidada para participar de um painel de discussão durante a 3ª edição Campus Party no Brasil, realizada em 2019. Foi um momento que eu nunca pensei que chegaria na minha vida. Nós debatemos sobre diversidade na tecnologia e as pessoas pararam para ouvir o que eu tinha a dizer. É um momento que eu guardo com carinho. No mesmo ano, deixei a Prefeitura e me submeti para o processo de estágio na IBM. Fui aprovada e entrei para prestar consultoria nas soluções Salesforce, o que inclui aplicações de CRM – Customer Relationship Management e engloba atendimento ao cliente, marketing, inteligência artificial, gestão de comunidades, criação de aplicativos, entre outras frentes. Ainda em 2021, mesmo durante a pandemia da Covid-19 consegui uma oportunidade no Itaú e agora meu desejo é permanecer e construir minha carreira. De técnica em eletrônica a especialista em UX A tecnologia é muito ampla, mas tenho me interessado muito nas soluções de User Experience. Meu trabalho prático no banco consiste em acompanhar como os clientes têm sido impactados pelo funcionamento dos sistemas. É incrível vivenciar como a tecnologia traz facilidades para a vida das pessoas. Esta é uma área essencial para o modelo de sociedade que buscamos atualmente, e me vejo atuando no aperfeiçoamento desses sistemas nos próximos anos. Ainda tenho muito o que aprender para me tornar referência em UX, mas se eu pudesse definir a tecnologia em uma palavra, seria exatamente essa: facilidade. Na minha opinião, o profissional de tecnologia é um facilitador que busca resolver os problemas do seu público alvo e trazer soluções em tecnologia que ajudam seus clientes na realização de tarefas de forma mais fácil, seja trabalho ou lazer. Conselhos para as futuras estudantes da tecnologia Toda profissão apresenta tanto o seu lado positivo, como o negativo. A área que escolhi para minha vida é extremamente abrangente e necessária, mas ainda não formou profissionais suficientes e o trabalho diário acaba sendo muito maior do que o número de colaboradores disponíveis. Então quem deseja ingressar na tecnologia, deve estar ciente de que há muito o que fazer e sempre em um curto espaço de tempo. Somado a isso, há a necessidade de atualização constante e da evolução de conhecimento por parte de cada profissional, seja homem ou mulher e o resultado pode ser sobrecarga e frustração. É preciso gostar muito do que faz e ter foco no que deseja para a vida, pois as oportunidades existem para quem deseja abraçá-las. Também por isso, olhar para dentro de si e buscar suporte é fundamental, não só para profissionais de TI, mas sem dúvida faz diferença neste setor. Nenhum trabalho vale sua saúde física ou mental, então ter momentos de descanso, lazer e cuidados como a terapia são muito positivos e vejo como essenciais para a geração atual de mulheres que são profissionais e ainda acumulam outras funções como estudantes, filhas, esposas ou mães. Quer saber mais sobre os desafios e a rotina da Aline – acompanhe seu perfil pessoal: www.linkedin.com/in/aline-peixoto-menezes. Texto de: Érida Silva ->https://www.linkedin.com/in/erida-silva/
“Mais que bits e bytes, hoje é fundamental que você entenda os processos da sua empresa e o negócio dos seus clientes para ser uma profissional de ponta.” – Silvana Fumura, Industry Value Advisor na SAP.
Se há 25 anos, quando iniciei minha carreira em tecnologia, me contassem que poderíamos acessar todas as informações de uma empresa ou de uma pessoa de qualquer lugar do mundo em segundos, certamente eu não acreditaria. Nem eu nem meus colegas da faculdade de ciências da computação. Afinal, se naquela época internet era coisa rara, imagine falar em cloud ou inteligência artificial? Nem sempre tive apoio para desbravar o mundo tech, ainda mais em um mercado tido como predominantemente masculino. Mas minha mãe, já visionária desde então, me influenciou nos estudos, dizendo que tecnologia era o futuro do trabalho. Em vez de dar ouvidos aos testes vocacionais, que me apontavam carreiras como arquitetura ou publicidade, segui seu conselho e não me arrependo. Sempre gostei de mudanças e tenho um olhar atento à inovação. E se apaixonar pela área de tecnologia não é difícil quando se tem um interesse genuíno por transformar e um fascínio pelo novo. Mesmo tendo sido uma ótima aluna na graduação, eu não queria trabalhar diretamente com hardware ou programação. Apesar de os meus amigos falarem que seria um desperdício da minha parte, eu comecei a entender que a tecnologia era muito mais do que a parte estritamente técnica. Tanto que foi por meio dos processos de implementação, sendo key user ou fazendo gestão de mudanças, que eu fui trilhando minha carreira em diferentes setores, como indústria, consultoria, instituições financeiras, farmacêuticas… até chegar à SAP, onde atuo como Industry Value Advisor para a indústria de bens de consumo. Minha função exige entender profundamente o negócio dos clientes, as tendências de consumo e o uso de tecnologia no mercado farmacêutico e de beleza. Por isso, hoje está mais que provado que a tecnologia vai muito além do técnico. Minha dica é conhecer os processos da sua empresa e o negócio dos seus clientes. E não é uma questão de perfil. Atuar com tecnologia é um horizonte sem fim de oportunidades. Eu, por exemplo, sou uma mulher com muitos sonhos, com princípios fortes, lógica e racional, ao mesmo tempo em que sou super espiritualizada e vaidosa comigo mesma. Você pode ser tímida, arrojada, falar baixinho ou mais alto, que eu acredito que sempre haverá uma função com a qual você se identifique. Muitas mulheres batalharam para ampliar o espaço em que possamos ser nós mesmas em qualquer área de atuação. Busque as empresas que te interessam, procure saber se elas oferecem programas de formação ou de incentivo à contratação de mulheres. E quando entrar, procure ou crie uma comunidade de apoio, conquiste novos aliados. Há dois anos eu faço parte do Business Women Network, grupo de afinidade de gênero da SAP. E uma das coisas mais importantes que aprendi foi que mesmo se uma mulher não percebe ou não é vítima escancarada de machismo, isso não pode ser motivo para diminuir a dor de tantas outras que passam por isso. É preciso ter empatia, acolher e lutar por mudanças. Ultimamente, tenho estudado muito sobre autoconhecimento e comunicação não-violenta (inclusive, recomendo os livros A arte da guerra para mulheres, Mulheres ousadas chegam mais longe e Comunicação Pacífica), porque assim como muita gente me inspirou a ser uma boa profissional, eu quero influenciar positivamente a vida de outras pessoas e, para isso, é preciso conhecer suas potências. Quero que um dia alguém diga “sabe a Silvana Fumura? Me inspirei na carreira dela”. Para saber mais sobre a Silvana, siga-a no Linkedin e no Instagram. Texto escrito por Renata Murari linkedin https://www.linkedin.com/in/renata-murari-/
“Meu conselho para quem começa em TI é se preparar a médio prazo. Assim como em outras carreiras, em tecnologia o resultado vem com dedicação e foco. Estar pronta para uma oportunidade futura exige começar no presente”, Camila Faria de Castro – Analista de Produtos – B3 – Bolsa de Valores
Com apenas 26 anos, Camila fala com muita maturidade sobre a carreira e o caminho trilhado. Sua trajetória em tecnologia começou ainda na adolescência, com a formação técnica em Informática, passando pela EACH USP – universidade em que se formou como Bacharel em Sistemas de Informação. Destaque entre os alunos e alunas mais dedicados, foi bolsista na Universidade de Birmingham – Inglaterra e pôde cursar um semestre da graduação com alunos do mundo todo. Atualmente colabora com o desenvolvimento de produtos na B3 – bolsa de valores do Brasil e uma das principais empresas de infraestrutura de mercado financeiro do mundo. Confira mais uma história inspiradora sobre ser mulher em tech. Minha trajetória profissional começou em áreas mais técnicas e depois fui direcionando minha carreira para áreas mais voltadas à negócio e gestão. Minha primeira experiência foi como estagiária em uma consultoria, quando ainda estava no curso técnico, onde atuei na área de requisitos. Depois, já na faculdade de Sistemas de Informação, fiz outro estágio, desta vez na B3, na área de arquitetura e infraestrutura de sistemas. Na B3, também atuei na gestão do portfólio de projetos e, mais recentemente, motivada pelo interesse em aprender, migrei para a área de Engenharia de Produtos, onde hoje ajudo a coordenar a execução de novos projetos, fazendo a ponte entre áreas de produtos, tecnologia e processos. À primeira vista, pode parecer que uma experiência não tem nada a ver com a outra, mas eu garanto que todas elas se complementam, e que a minha formação em TI me possibilitou expandir meus horizontes para conhecer um pouco mais sobre muitas outras áreas. De acordo com seus interesses e de como você conduz sua carreira, é possível tornar-se uma profissional muito completa, que conhece não somente tecnologia direcionada ao desenvolvimento de sistemas, mas também as necessidades de negócio. Há espaço para quem gosta de programar e tem um perfil mais analítico, e também para quem curte trabalhar mais com o meio físico, como infraestrutura e redes, ou ainda para quem prefere, como eu, trabalhar com a tecnologia como meio para viabilizar novos produtos e soluções, liderando iniciativas de gestão e governança. Resumindo: você pode se desenvolver como quiser! Desafios da mulher na tecnologia Vejo que o principal desafio para um profissional de TI, seja homem ou mulher, está na necessidade de se adaptar constantemente a novas tecnologias do mercado, soluções, metodologias e formas de trabalhar. Também tem o fato de que na teoria tudo é muito mais fácil, mas na prática, há muitas variáveis envolvidas, integrações sistêmicas, tecnologias diferentes, e leva-se um tempo para absorver e assimilar tudo isso. Para as mulheres especialmente, este ambiente pode parecer um pouco intimidador pelo fato de ainda haver uma presença maior de homens (apesar desse indicador estar gradativamente crescendo devido a prática de políticas de diversidade das empresas, presença cada vez maior de especialistas que inspiram e influenciam outras mulheres nas redes sociais e iniciativas de organizações como esta da #SerMulherEmTech). Mas, posso dizer que em todos os lugares por onde passei fui muito bem acolhida, inclusive em áreas em que eu era a única mulher. Por isso, se você se interessa por essa carreira, siga em frente e ‘se joga’! Seja no ambiente de trabalho, em encontros presenciais ou conexões online a partir das redes sociais, existe um suporte incrível de outras mulheres que podem te ajudar a chegar onde quiser. Conselhos que valem ouro Especialista x Generalista Um ponto de atenção de TI é que, se você optar por especializar-se em determinado assunto ou tecnologia, migrar para outras áreas acaba sendo um pouco mais difícil, justamente pelo nível de conhecimento técnico exigido. Há prós e contras nesse caminho, então se você optar por desenvolver um perfil especialista, avalie com calma qual tema mais te interessa. Ative o modo ON da curiosidade Demonstrar interesse e curiosidade contribuem para o desenvolvimento profissional e abrem muitas portas! Quando eu trabalhava com infraestrutura, por exemplo, não era mandatório que eu buscasse conhecer com mais detalhes a demanda do cliente e as razões pelas quais a solução foi conceituada de uma determinada forma. Mas, buscando conhecimento para me tornar uma profissional melhor, eu quis me aprofundar e conhecer um pouco mais sobre tudo, para além do que era esperado que eu fizesse. Hoje, não sou uma especialista em uma determinada tecnologia, mas sou generalista o suficiente para ir do macro para o micro e conversar na mesma língua com uma gama de profissionais de várias áreas diferentes. Acredito que isso tenha ajudado a me tornar uma profissional mais completa. Leve os estudos do idioma à sério Para quem deseja se desenvolver na carreira, é fundamental ter uma boa base no inglês, tanto para os estudos quanto para estar preparado para oportunidades de trabalho, inclusive no exterior. Diferentemente de outras formações, em que para atuar no exterior você precisa revalidar seu diploma, por exemplo, uma carreira em tecnologia pode ser mais ampla, com atuação global, a depender das tecnologias e metodologias que você domina. Além disso, mesmo em empresas brasileiras, projetos de tecnologia podem envolver a atuação de profissionais do mundo todo. Mas, para estar preparado para essas oportunidades no futuro, é importante começar hoje, então se planeje, também, para o médio/longo prazo. ___________________________________________________________ Para saber mais sobre as experiências e qualificações da Camila, acesse: https://www.linkedin.com/in/camilafcastro/ Texto de: Érida Silva -> https://www.linkedin.com/in/erida-silva/
“Ser vista como profissional e não somente como mulher” é o que todas almejamos, ressalta Karine Fonseca, Gerente de Serviços na Softtek
Acho que uma das maiores qualidades que se pode ter como pessoa é o interesse pelo novo. Desde que nascemos, tudo que nos rodeia é, sem exceções, estranho ao olhar e aquela curiosidade mesclada com inquietação está presente em todos nós. Para mim, o assunto que se tornou instigante ainda jovem foi a tecnologia. Com apenas 14 anos, comecei a trabalhar como recepcionista em uma empresa de treinamentos sobre microinformática. Me joguei de cabeça desenvolvendo na prática a habilidade de operar um computador, e, simultaneamente, a arte de atendimento ao cliente, não tão simples quanto parece. De fato, quando dizem que você apenas compreende algo por completo quando consegue ensiná-lo a outra pessoa, é verdade. Cheguei a ministrar vários treinamentos em informática e literalmente aprender ensinando. Mas a cada passo da trajetória, sempre me fazia a mesma pergunta: “Por que não?” Sem nenhuma desculpa que julgasse razoável, partia para a próxima. O próprio desafio intrínseco a tecnologia me instiga até hoje. Justamente por esse motivo, quando prestei vestibular optei pelo curso de ciências da computação, aprofundando o conhecimento seja na área de desenvolvimento por meio das aulas universitárias, seja no ramo de software com o qual já vinha me familiarizando no trabalho. Mas a rotina se tornou insustentável e acabei ficando doente por quase um ano, sobrecarregada. Naquela época, a Tecnologia da Informação era uma área um tanto inédita. Os cursos universitários estavam sendo moldados ao mesmo tempo em que surgiam as primeiras contratações e treinamentos internos. Assim, por se tratar de algo distante e incompreensível para alguns, o funcionário de TI era considerado mais uma despesa a ser paga do que um bem que gera lucro, lógica que hoje se vê revertida, visto a evidente dominância da tecnologia em quase todos os ramos da vida. Em 1998, trabalhava na área de HelpDesk em uma empresa emergente, quando vi com os meus próprios olhos essa mudança no valor do profissional da TI. No inicio, o serviço era embrionário, com os poucos funcionários da área correndo atrás dos problemas técnicos a serem resolvidos, a qualquer hora em qualquer lugar, já que era necessário ficar disponível para o outro conseguir trabalhar. Porém, com o passar do tempo e da valorização do funcionário, a relação é outra, com menos perdas no deslocamento e respeito. Lembro como se fosse ontem de um episódio no qual estava em dispensa do trabalho, mas, ainda assim, meu chefe fez questão de mim para o serviço. Não pense que essa valorização veio de bandeja. Foi um árduo caminho para desvendar o funcionamento de máquinas importadas, decifrando o manual em inglês sem falar a língua, mas se virando. Por isso, que no dia em que meu gestor disse que só confiava em mim para colocar a mão nas máquinas novas, foi um verdadeiro ato de reconhecimento da minha evolução e esforço diários. No entanto, em outros casos houveram alguns desentendimentos no início. Ainda com pouco tempo na companhia, me interessei por uma nova vaga que havia sido desocupada a pouco, a qual precisava de algum substituto. Meu gestor, depois de esgotar todas as primeiras possibilidades da lista, as quais eram ocupadas apenas por homens, me ofereceu o cargo. Apesar de isso ter se tornado um episódio de sucesso, visto que fui muito bem avaliada na nova posição, é inegável que como mulher, quando você chega em um cenário inusitado, já sente todos os olhos da sala cairem sobre você. Como que uma pessoa de salto agulha e meia calça pode vir a ser uma boa profissional? Essa constante necessidade de se provar como membro valioso de um time, sem perder as suas qualidades femininas é uma batalha ainda presente em ambientes profissionais atualmente. Hoje, como gerente de serviços na Softtek, só tenho a agradecer por estar em um lugar tão igualitário, no qual a presidenta serve de exemplo a mim e a muitas jovens por ai. Não importa o quanto digam que você não pode. Não importa o quanto você tenha que provar sua capacidade. Nunca desista! Você pode e é capaz de tudo! Texto por Juliana Ribeiro: www.linkedin.com/in/juliana-geraldi-ribeiro
“Seguir uma carreira na área de tecnologia significa progressão contínua e aprendizado diário”, comenta Telma Luchetta, sócia de Data e Analytics da área de Serviços Financeiros da EY para a América Latina Sul
Meu nome é Telma Luchetta. Vivi minha infância em uma cidadezinha no interior de São Paulo, sendo filha caçula de três irmãos, com pais amorosos e muito trabalhadores, que me ensinaram os princípios que carrego até os dias de hoje. Na nossa casa nunca faltou absolutamente nada, mas tampouco sobrava. Sabia da luta do meu pai para criar três filhos e manter nossa casa. Desde muito cedo já era consciente do valor das coisas, e em meu DNA corria a necessidade de liberdade e independência. Queria conquistar minhas próprias coisas com o suor do meu trabalho e, aos 13 anos, comecei a fazer alguns “bicos”, trabalhos informais, em locadoras e lojas de roupa, o que me levou às minhas primeiras realizações pessoais. De maneira quase que inconsciente, pois ainda era muito jovem, fiz um esboço mental de tudo o que eu precisaria para chegar aonde eu imaginava que seria o sucesso para mim. No primeiro momento me dei conta que existiam faculdades públicas e privadas. Observava a rotina incessante de trabalho e estudos dos meus irmãos para pagarem as suas universidades e cheguei à conclusão de que precisava entrar em uma universidade pública. Amante de Exatas, e a essa altura trabalhando em um laboratório de controle de qualidade, o uso de estatística fazia parte da minha rotina. Prestei vestibular para graduação em Estatística, e minha segunda grande realização foi ser aprovada na Unicamp, onde descobri, posteriormente, que era o segundo curso mais difícil de se concluir e o percentual de desistência era de 70%. O que me manteve entre os 30% foi a injeção de resiliência que recebia quase que diariamente de minha mãe, que me lembrava o tamanho esforço que eu havia feito para estar ali e que desistir não era uma opção. Ter continuado me inunda de orgulho e gratidão, pois hoje a Ciência de Dados possui tal força que praticamente determina o futuro de organizações, sociedades e nações, fazendo desta uma profissão de tendência crescente e de alto impacto. Ainda predominantemente masculina, assim como a área financeira em que também atuo, os desafios existem, mas estar em uma organização que promove o reconhecimento, a celebração e o apoio às mulheres me empodera e me faz ainda mais forte para seguir lutando e trazendo mulheres para a área tecnologia. Fui a primeira sócia mulher na área de Serviços Financeiros da EY, e isso me enche de satisfação, pois depois de mim vieram várias executivas, o que me faz estar certa de que o sucesso feminino é compartilhado, abre portas para outras mulheres e nos torna referência para outras meninas que estão começando. Por trás de toda história de sucesso sempre há muita luta, determinação e resiliência. Seguir uma carreira na área de tecnologia significa progressão contínua e aprendizado diário. É estar na vanguarda, promovendo mudanças com valor de longo prazo para o mundo. Significa, de alguma maneira, fazer parte da História. A palavra de ordem do século é inovação. É quebrar padrões existentes e fazer as coisas de um jeito novo. Para isso, é necessário se despir do medo de tentar. E quer saber de onde eu tirei essa lição? Da minha mãe. Aos 50 anos de idade e divorciada, ela começou uma carreira acadêmica e com pouco tempo após ter sido aprovada no exame da OAB, já tinha seus dois escritórios de advocacia abertos. Mesmo depois de praticamente toda a sua vida ter sido dedicada à família, ela ousou recomeçar. Meu recado para as mulheres que estão entrando no mercado de tecnologia é: persistam, olhem para a frente. O prognóstico é positivo, o mundo está mudando rápido e as mulheres estão cada vez mais fortes e unidas. Acreditem na força que vocês têm. Realmente, desempenhamos muitos papeis, por vezes somos mães, esposas, profissionais e filhas ao mesmo tempo, mas tudo se acomoda. As turbulências passam, a jornada muitas vezes é cansativa, mas linda, pois nos mostra forças que não sabíamos que tínhamos, mas o fim do arco-íris chega e vale a pena. Para conhecer mais a Telma veja seu linkedin.
“Nem só de programação vive uma profissional de tech. O leque de oportunidades é gigante!”, reforça Flávia Pantaleão, Executiva de Negócios da Softtek
Faz 23 anos, mas me lembro da minha entrevista na Softtek, onde entrei como estagiária, como se fosse hoje. Eu sabia que me perguntariam sobre mainframe e fui pesquisar em algum buscador em uma época que nem Google existia! Em 1998 eu não tinha ideia das várias possibilidades de carreira que a tecnologia poderia me proporcionar. E, claro, jamais imaginaria que ela abriria portas para trabalhar na área comercial, onde estou atualmente. Ter vivido a operação da empresa, conhecer de perto os problemas e dificuldades dos dois lados do balcão, fez muita diferença na hora de atuar com gerenciamento de projetos e no próprio comercial. Conhecer o desenvolvimento da solução de maneira técnica agregou muito nas novas funções e, principalmente, no entendimento do que os clientes precisam. A minha história com tecnologia, entretanto, começa antes. Me formei em bacharelado da Computação porque era um tema que me atraía muito. A faculdade me deu uma boa base, mas a prática é outra coisa. Quando comecei a trabalhar com programação, virei a chave da lógica de um dia para o outro, coisa que não tinha acontecido na vida acadêmica. Mas foi ali que tive certeza da escolha que tinha feito. Ainda bem, porque cheguei a prestar vestibular para fisioterapia… E acho que não teria sido feliz em outra área. Nós, mulheres, ainda somos a minoria no mercado tech, mas fazemos total diferença. Seja por um olhar mais humano, seja pelo nosso próprio dinamismo e maneira de lidar com tantos assuntos distintos ao mesmo tempo, hoje posso dizer que tenho grandes inspirações femininas nesse universo, como a Blanca Treviño CEO Global da Softtek. Para ganharmos mais força nesse mercado, ter referências é fundamental. Por isso, a minha dica é “estude, se desenvolva, siga em frente sem medo. A tecnologia é para todos sim”. E mais do que isso: experimente, seja multitask. E se, por acaso, programação não for exatamente a sua área, tenha a certeza de que a tecnologia oferece mil e uma oportunidades, seja em gestão de projetos, como scrum master, na área funcional… ou na área comercial, como aconteceu comigo. O mais importante é que as pessoas sejam felizes em suas escolhas no seu próprio tempo. Eu tenho duas filhas, a Sophia, de 10 anos e a Alice, de 2, e não quero que elas se sintam pressionadas desde muito cedo a escolherem uma profissão. Meu conselho será sempre estudar mais, conhecer melhor as áreas e quem trabalha na linha de frente. Ah, e claro, tenham seus momentos de descanso e aproveitem a vida. Por isso, busque uma rede de apoio, um programa de mentoria e procure se conhecer. Procure também alguém que te inspira para que você também possa ser uma inspiração para tantas outras pessoas. Para saber mais sobre a Flávia, siga-a no Linkedin. Artigo escrito por Renata Murari.