Há alguns anos trabalhei na Sun Microsystems, empresa de tecnologia americana, na área de negócios de treinamento e educação. Foi nesta época que meu caminho cruzou pela primeira vez com Kátia Pessanha, que neste período era executiva da IBM no Brasil. Desde o início fiquei encantada com a Kátia e seu trabalho no Programa Acadêmico da IBM. A sua paixão no desenvolvimento de jovens era impressionante. Então, não foi surpresa quando recentemente a reencontrei e soube que atua, desde sua aposentadoria na IBM em 201, como coach na CBS Partners. Kátia praticava o coach executivo desde 2012 na IBM e, quando se aposentou, sentiu-se pronta para apoiar outras mulheres que, como ela, quisessem expandir ao máximo seu potencial. Antes de deixar-lhes sem fôlego ao ler sobre a linda trajetória de Kátia, queria explorar um pouco mais os benefícios de coaching e mentoria. Lembrem-se que em meu último artigo abordei levemente o tema mentoria. Usando as palavras de Kátia: “Coaching é um trabalho em dupla feito entre uma pessoa que quer crescer e outra que vai ajudá-la a desenvolver plenamente seu potencial. Em sessões semanais ou quinzenais, o coach vai ajudá-la identificar seus objetivos mais estratégicos e a montar um plano de desenvolvimento para que você alcance esse objetivo e, sempre fazendo perguntas, vai identificar junto com você quais são as barreiras para esse desenvolvimento. O coach vai ajudá-la a superar suas barreiras internas e a visualizar novos comportamentos mais efetivos. O coach também vai buscar com você atividades para que possa praticar as descobertas de cada sessão no seu dia-a-dia. Mentoria ou tutoria é um processo em que um profissional com mais experiência apóia outro profissional ajudando-o com suas orientações e conselhos.” Em meu caminho profissional tive alguns coaches e também mentores. Inclusive neste momento tenho um mentor. Meu principal objetivo no processo atual de mentoria é obter feedback honesto e orientação que me ajudarão a desenvolver mais minhas capacidades de liderança. Além disso, quero obter uma melhor compreensão dos meus pontos fortes e fracos, e identificar oportunidades internas em minha empresa que correspondam às minhas habilidades, talentos e a criar oportunidades adicionais para o futuro. Viram? Temos que estar sempre buscando aperfeiçoamento. Adoro isso! Bem… vamos conhecer agora um pouco mais a trajetória de Kátia? Kátia é analista de sistemas,e vem de uma família simples. Mas tem vivido aventuras, trabalhado e se divertido muito, conhecido homens e mulheres maravilhosos, e obtido conquistas pessoais e materiais muito positivas nos últimos 30 anos. Qual é sua Formação Acadêmica? Sou pós-graduada em Administração de Empresas com ênfase em Análise de Sistemas pela FECAP e estudei Comunicação Corporativa no Foothill College nos EUA. Minha formação em Coaching Executivo e Coaching de Vida foi no ICI, Instituto de Coaching Integrado em 2012. O que a fez se interessar pela área de tecnologia? Eu vivia no Vale do Silício no início da década de 80 e estudava algumas disciplinas de Comunicação Corporativa no Foothill College, California, EUA, onde assisti a uma palestra sobre Automação de Escritórios. Eu havia sido secretária executiva enquanto fazia faculdade e visualizei como aquelas tecnologias poderiam ajudar os executivos e suas secretarias. Fiz um plano de vida e carreira e escrevi: “Quero implantar Automação de Escritórios no Brasil”. Planejei meu desenvolvimento (cursos, congressos, visitas e estágios) e quando retornei ao Brasil candidatei-me a uma vaga para ser responsável por automação de escritórios na Johnson & Johnson. Na sua visão, qual é o lado positivo de ter carreira em tecnologia? Essa é uma área onde o conhecimento e a competência falam mais alto que qualquer preconceito, há carência de mão-de-obra. Trabalhar em tecnologia é trabalhar com inovação, com a transformação nos negócios, na administração pública, nas ciências, nas artes, em tudo. Essa é uma área onde as competências femininas de liderança podem agregar muito para equilibrar uma visão essencialmente técnica, racional e pragmática. Em sua opinião o mercado de trabalho na área de tecnologia da informação está aquecido? Sim e prosseguirá assim. Se o profissional se mantiver antenado com tendências e continuar estudando, sua empregabilidade será sempre muito alta. Como os empregadores da área de tecnologia veem as mulheres? Existe uma barreira interna que, baseada em estereótipos, faz com que as mulheres não busquem profissões nessa área. Esses mesmos estereótipos fazem com que professores e alunos em cursos de tecnologia também sejam preconceituosos. Se você conseguir passar pela barreira interna da escolha da profissão e pelo desconforto de estudar em um ambiente masculino, vai encontrar empresas buscando mulheres e um mundo de oportunidades com as quais você não sonhava. As empresas na área de tecnologia precisam muito do talento feminino e sabem disso. As áreas de Recursos Humanos dessas empresas têm a missão de atrair e reter mulheres com políticas inclusivas. Você será muito bem-vinda. O que diria para meninas em relação a seguir carreira em tecnologia? Quando trabalhava no Programa Acadêmico da IBM, fazia parcerias com universidades. Projetos do mundo inteiro eram feitos a partir aqui do Brasil e a falta de profissionais qualificados, especialmente mulheres, sempre foram uma barreira para o crescimento desta área e para que mais projetos venham para o país. Juntamente com engenharia, informática é uma das profissões com a menor participação de mulheres e são justamente essas duas áreas as áreas com maior volume e crescimento de número de empregos. Apenas 7% das alunos dos cursos de informática são mulheres. Por que as mulheres não se sentem atraídas por tecnologia? Eu não me espanto. Eu mesma quando tinha 17 anos essa profissão me parecia a coisa mais fria e chata do mundo. Mas saibam que profissões ligadas à informática são as áreas com o maior crescimento previsto para as próximas décadas.Você vai ficar fora disto? Se você acha que os meninos estão anos luz à sua frente porque eles ADORAM joguinhos, monopolizam os computadores da escola, da sua casa, do universo e programam há séculos, saiba que os profissionais de informática mais bem sucedidos não são os que se limitam a serem tarados por computação.
Envolva-se, invista, estude, busque informação, ajuda e não desista. Entrevista com Claudia Braga
Estou maravilhada com a oportunidade de conhecer tantas mulheres que fizeram uma trajetória fantástica e se apoderaram de suas vidas para construir um caminho único em suas carreiras na área de tecnologia. A chance de conhecê-las e promover suas histórias tem sido uma viagem indescritível para mim. É incontestável que nossas meninas têm em seu país mulheres que são modelos inspiradores. Neste artigo vocês conhecerão um pouco mais o percurso de Claudia Braga Amaral, executiva com longa carreira na área de tecnologia, atualmente na Hewlett Packard Enterprise. Quando nos encontramos, Claudia contou orgulhosa do projeto de “Girls in IT”, especialmente um grupo de meninas parte de um programa de Menor Aprendiz, existente HPE. Uma grande oportunidade criada para meninas vivenciarem o ambiente de uma empresa de tecnologia. Questionada sobre o que diria para as meninas em relação a seguir carreira em tecnologia Claudia menciona: “ A primeira coisa que eu recomendo é que conheça e vá saber mais sobre as possibilidades da área. Se puder, buscar experiências que lhe permita vivenciar um pouco do que pode ser esse universo. Ver como tudo isso ecoa em você. Se há empatia. Se sentir que há, evolva-se, invista, estude, busque informação, ajuda e não desista. Ter uma profissão que lhe permita lidar com as suas escolhas é algo extremamente empoderador, e a tecnologia permite isso.” Buscar informação e ajuda é chave. Aqui penso ser importante informar as nossas jovens leitoras que um caminho, entre outros, para orientar-se bem é escolher um mentor ou mentora. Mentoria é um processo no qual o jovem é orientado quanto ao seu desenvolvimento de carreira por um profissional mais experiente que compartilha seus conhecimentos acerca do mercado de trabalho. Que tal você escolher agora seu mentor, sua mentora? Enquanto pensa, se encante e se inspire lendo a fantástica entrevista da Claudia. Aproveite! Qual é sua Formação Acadêmica? Graduação em Análise de Sistemas, PUC de Campinas e MBA, Business School Sao Paulo. Porque escolheu uma carreira na área técnica? Teve influência da família? Na época foi bastante simples, praticamente uma equação matemática. Aos 14 anos fiz um teste vocacional no colégio que demonstrou minha vocação para exatas. Na mesma época participei de uma palestra sobre profissões que apresentou TI como uma das mais promissoras carreiras para os próximos anos, a chamada “profissão do futuro”. Naquele momento estava decidido para mim que seria esta minha escolha para futura profissão. Foi basicamente uma equação: habilidade com exatas + profissão do futuro. Porém, antes de prestar o vestibular, me matriculei em um curso de Cobol, em Santos, com aulas no período da noite. Esta etapa foi importante para saber como funcionava a área e se eu realmente gostaria dela. Até então eu havia estudado apenas em colégio de freiras e no curso de Cobol me deparei com uma sala apenas de homens, na maioria, trabalhadores do porto de Santos, todos investindo na profissão do futuro. Mas optei por não me abstrair do ambiente estranho para mim naquele momento. Por fim, eu adorei o curso, fui a melhor aluna da sala e fiquei 100% segura da minha decisão, que a minha carreira seria na área de tecnologia. O que a fez se interessar pela área de tecnologia? Eu sempre quis ser independente. Eu buscava ter uma carreira que me permitisse crescer e ter uma situação econômica que me proporcionasse tranquilidade. Por isso, desde os 14 anos eu já trabalhava para construir meu futuro profissional. Minha decisão foi totalmente baseada na equação que eu apresentei na pergunta 2, pois eu tinha habilidade para a àrea e ela poderia me dar a ascenção profissional que eu desejava, ou seja, ela combinava com meu sonho. Na sua visão, qual é o lado positivo de ter carreira em tecnologia? Estar conectado com tudo que é o novo e potencialmente transformador para a sociedade, para o mundo. É uma área muito ampla, que fornece um mundo de possibilidades. Atualmente quase todas as áreas e profissões possuem interface com tecnologia. Ela está em todo lugar. Sou grata por ter escolhido tecnologia. Na sua visão, qual é o lado negativo ter carreira em tecnologia? A menos que você não goste de dinamismo e de se sentir desafiado todos os dias com a mudança, com a transformação, não há lado negativo. Como é a carreira em tecnologia para mulheres? Sem dúvida, ainda estamos diante de um universo predominantemente masculino e levará tempo a mudar. Eu nunca me atentei muito para a questão de gênero aplicada à minha rotina de trabalho. Eu conheci ótimas profissionais, fortes e competentes, ainda que poucas, que atuavam em tecnologia e, por isso, nunca pensei que o fato de eu ser mulher seria um entrave em minha carreira, como de fato não foi. Fazendo uma retrospectiva, eu posso dizer que eu tive todas as oportunidades que eu quis e mereci. O fato da Tecnologia trazer tantas e inúmeras possibilidades de atuação traz consigo flexibilidade e oportunidades para os diferentes perfis de mulher e momentos de vida. Há áreas de trabalho que exigem muito a presença física e longas jornadas mas há outras com horários flexíveis, trabalho remoto, que resolvem a maior parte dos problemas que algumas mulheres enfrentam em alguma fase de sua vida. No todo, é uma carreira que exige criatividade, resiliência, liderança, inovação e mais uma lista de habilidades normalmente muito presentes nas mulheres. Logo, pode ser muito atraente e gratificante. Algum fato curioso de sua carreira que gostaria de compartilhar? Tive oportunidade de viver e trabalhar em projetos em países e culturas diferentes. Há muitos anos, participei com meu cliente numa avaliação de duas operações fabris com prejuízo na Tunisia, um país islâmico, com uma cultura muito diferente da nossa. O processo envolveu uma visita de 10 dias para fazer um levantamento com o time local. Eu estava acompanhada de vários executivos homens que tinham suas perguntas respondidas enquanto as minhas apenas eram ignoradas. Ninguém sequer olhava para mim. Foi bastante pesado para mim naquele momento, mas eu precisei me adaptar para concluir
Não chovendo no molhado… Entrevista com Nadia Alencar
Se o ano corrente está difícil para o mercado de trabalho brasileiro, o próximo chegará sem ser diferente, projetam especialistas em recrutamento. Diante de um cenário econômico ainda com pouco movimento, o lema “fazer mais com menos” continuará a dominar a estratégia de gestão e o foco seguirá ajustado na busca por mais eficiência. Sem dúvida, haverão oportunidades para substituição de negócios com tecnologia mais moderna, transição de modelos reais para negócios virtuais, muita conectividade, dizem os especialistas. Afinal, estamos vivendo a Era da Economia Digital. Cabe lembrar que trabalhar com tecnologia vai muito além do que alguns costumam imaginar. Não são somente as empresas que trabalham neste segmento do mercado que precisam de profissionais de tecnologia. Por exemplo: grandes instituições bancárias precisam de especialistas em construção de sistemas digitais e segurança avançada e isso exige profissionais qualificados. Mas não são apenas os bancos que precisam de trabalhadores. Praticamente qualquer empresa trabalha com informações e isso também cria um mercado sempre em ascensão. Mencionar que a área de tecnologia oferece uma carreira sólida, pouco sensível às diversas crises globais, é chover no molhado…. Neste artigo quero mesmo é discorrer sobre como as habilidades desenvolvidas por quem exerce carreira na área de tecnologia, tais como o raciocínio lógico e a capacidade de estruturar as ideias são aplicáveis em praticamente todas as áreas empresarias. Quem trabalha com tecnologia e não tem medo de mudanças, consegue transitar por outras áreas com desenvoltura. E assim abrir várias possibilidades. E é essa característica da carreira que ressalto no meu quinto artigo do projeto #SerMulherEmTech – vamos encantar e inspirar? como uma grande vantagem da área. Neste artigo entrevisto Nádia Alencar, que possui formação acadêmica na área, com carreira sólida na área de tecnologia em diferentes empresas e atualmente é CIO (principal executiva da área de TI) na Seguradora AXA, a maior seguradora do mundo. Nádia é um formidável exemplo de profissional com carreira na área que, por um período de tempo, optou mudar a área e exerceu outras atividades com desenvoltura. Conheça a seguir um pouco mais de sua história: 1) Nádia, qual é sua formação acadêmica? Matemática, modalidade Informática, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Mestra em Engenharia de Computação pela COPPE da UFRJ. 2) Porque escolheu uma carreira na área técnica? A escolha ocorreu por eliminação. Eu sabia o que não queria fazer e como sempre gostei de matemática, escolhi fazer o curso de informática, que na época era uma especialidade da matemática. 3) O que a fez se interessar pela área de tecnologia? Quando ingressei na universidade, em 1978, informática e tecnologia em geral, era um assunto novo. Falava-se que seria a profissão do futuro e eu resolvi apostar. 4) Na sua visão, qual é o lado positivo de ter carreira em tecnologia? É uma carreira em constante evolução. Existe espaço para um sem número de especializações. Tem sempre algo acontecendo e tem lugar para vários tipos de profissionais. 5) Na sua visão, qual é o lado negativo ter carreira em tecnologia? Não vejo nenhum lado negativo. A carreira exige atualização constante, mas isso é extremamente positivo. Não há nada pior que a estagnação. 6) Como é a carreira em tecnologia para mulheres? A carreira já foi mais dura para as mulheres. Na década de 90, trabalhava-se muito de madrugada. Passar a noite trabalhando era lugar comum. Para quem tinha filhos era muito difícil. Hoje trabalhamos com mais planejamento e metodologia, conseguindo dessa forma, organizar melhor os eventos. Atualmente não vejo diferença na carreira para homens ou mulheres. 7) O que diria para meninas em relação a seguir carreira em tecnologia? Eu diria para não se intimidarem! Somos ótimas nessa área. Nossa capacidade de observar os detalhes sem perder a noção do todo, nos provê um importante diferencial. E mais, para todas que gostam de aprender, são curiosas e não tem medo de mudanças constantes, essa é a carreira a seguir! 8) Algum fato curioso de sua carreira que gostaria de compartilhar? Trabalhei muitos anos em desenvolvimento de aplicações e fui gerente de TI. Sai de TI por quase 5 anos, trabalhando em operações e risco operacional. Em 2010 fui convidada a voltar a atuar em TI, assumindo a posição de CIO de uma grande multinacional e estou na área desde então. Quem vem de tecnologia e não tem medo de mudanças, consegue transitar por outras áreas com desenvoltura. Essa é outra grande vantagem da área.
E sua família quer você faça… medicina. Entrevista com Sandra Vaz
Em meu último artigo #SerMulherEmTech abordei longevidade como uma característica mega atrativa da carreira de tecnologia para mulheres. Quem não gosta de seguir uma carreira profissional na qual se aprende todo o dia e que quando se vê, muitos anos de realização se passaram? Muitas meninas não chegam a pensar em seguir uma carreira técnica simplesmente por que não são incentivadas por suas famílias que, muitas vezes, não têm visibilidade de todas as possibilidades existente para mulheres na carreira de tecnologia. Certamente há carreiras mais conhecidas por todos como direito, pedagogia, administração, nutrição, medicina, e muitas outras. Eu inicialmente escolhi Engenharia Elétrica. Porém os horários de aulas da engenharia, todos diurnos na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, me tiravam a possibilidade de estagiar, o que era uma necessidade minha para poder ter algum ganho para pagar minhas despesas. Então, após um ano e meio cursando engenharia, ao contrário do que acontece na maioria das famílias, minha mãe, que na época era assistente executiva do departamento de “Processamento de Dados” de um órgão público federal, comentou: “Filha, por que não fazes Faculdade de Processamento de Dados? É uma profissão de futuro….” . E, foi assim, com esse comentário somado a eu ter gostado de ter cursado uma disciplina de programação na engenharia somado que a Faculdade de Ciência da Computação era noturna, lá fui eu prestar um novo vestibular na UFRGS. E, felizmente, passei e hoje tenho uma carreira que amo! Bem, nesse artigo quero compartilhar com vocês a história de Sandra Vaz, executiva da área de tecnologia com uma carreira brilhante que, por influência da família teria cursado Medicina mas acabou seguindo carreira na área de tecnologia. Vamos ver o que a Sandra tem a compartilhar! Uma frase em sua entrevista, resume muito o que quero transmitir para as meninas: “Se você é ambiciosa, tem energia de sobra, gosta de aprender, gosta de desafios e viver outras culturas, então tecnologia é a carreira ideal”. A seguir a entrevista com Sandra Vaz , atualmente exercendo seu plano B: ser coach profissional e professora de MBA da Fundação Getúlio Vargas. 1) Sandra, qual é sua Formação Acadêmica? Analista de Sistemas formada pela Universidade Mackenzie Pós graduada em Administração e Marketing pela FAAP Pós Graduada em Finanças pela FGV MBA Executivo Internacional pela Universidade de Toronto 2) Alguma curiosidade sobre a tua formação acadêmica? Sempre adorei estudar e adquirir conhecimentos. Meu primeiro vestibular foi para medicina por influência da minha família. 3) Porque escolheu uma carreira na área técnica? Teve influência da família? Tecnologia foi minha escolha. Minha familia queria que eu fizesse medicina. Creio que seria uma boa medica, porem eu tinha muitas ambições a curto prazo, queria crescer rápido, ser uma Executiva de sucesso e tive a visão que o Mundo não poderia viver sem tecnologia e escolhi esta área. 4) O que a fez se interessar pela área de tecnologia? Adoro tudo que é moderno, novo. Gosto de me conectar com as pessoas, com diferentes culturas, de criar estratégias de crescimento e de maior produtividade, e vi na tecnologia uma maneira de me inserir neste mundo que eu vislumbrava. 5) Na sua visão, qual é o lado positivo de ter carreira em tecnologia? É uma carreira muito dinâmica, acelerada, para quem tem muita energia e gosta de dinamismo. Não existe tédio. Tive a oportunidade de conhecer pessoas muito talentosas de todos os países do mundo, diferentes culturas e total diversidade de raça, gênero e cor, o que me fez crescer muito como ser humano também. 6) Sandra, qual é o lado negativo ter carreira em tecnologia? Eu não vejo nenhum lado negativo, pois sou apaixonada pela minha carreira e pela tecnologia e me sinto muito realizada. Os desafios são muitos. Quando iniciei era um mundo muito masculino e aprendi a equilibrar o melhor do meu lado feminino (sensibilidade, empatia, intuição) e o melhor do meu lado masculino (ousadia, energia e determinação). Sempre tive que estudar muito pois a Tecnologia evolui a cada segundo e tive que dedicar muitas horas pessoais em viagens, trabalho e reuniões. Felizmente minha família sempre me apoiou muito apesar de sentir minha falta. 7) Como é a carreira em tecnologia para mulheres? Hoje é bem mais democrática. É muito atraente financeiramente e desafiadora. Se você tem muita energia e gosta de desafios, esta é dia carreira! 9) O que diria para meninas em relação a seguir carreira em tecnologia? Se você é ambiciosa, tem energia de sobra, gosta de aprender, gosta de desafios e viver outras culturas, esta é carreira ideal! 10) Algum fato curioso de sua carreira que gostaria de compartilhar? Sim, são inúmeros!!!! Com 26 anos recebi uma proposta de um chefe para viajar para a França e ficar um tempo estudando para aprender uma nova Tecnologia e repassar para a Empresa no Brasil. Já tinha meu filho Daniel que tinha 7 meses…conversei com minha família e fui! Com o coração na mão … mas minha carreira não parou a partir de então. É possível conciliar família, casamento, beleza, saúde, esporte e felicidade com carreira! É isso ai meninas! Inspirem-se. Sigam-me no twitter @MarshallCecilia e no linkedin
Você pode imaginar uma carreira de 44 anos e ainda estar super motivada? Entrevista com Heloísa Tricate
Muitos dias se passaram desde meu último artigo. Mas aqui estou de volta após merecido descanso em 10 dias de férias, curtindo o Rio de Janeiro pré Olimpíadas e depois de semanas intensas no trabalho em período de lançamento de uma campanha de marketing estratégica para a Empresa. Confesso que estou em um momento de carreira onde sinto-me bastante orgulhosa. Mais para frente comento as razões. Enfim … sentada no aeroporto hoje aguardando meu voo, começo a leitura da Revista Claudia, do Grupo Abril, edição Agosto de 2016(Sim! Amo ler revistas femininas) e me deparo com uma entrevista na sessão “Inspiração Gente” realizada pela jornalista Clara Novaes com a americana Teresa Carlson, atual vice-presidente da Amazon Web Services(AWS), empresa de serviços de tecnologia. Teresa, assim como eu, tem um desafio pessoal: estimular meninas a entrar no universo da tecnologia. Na entrevista ela comenta: “garotas não costumam ser incentivadas a gostar de matemática e ciências. Então tento mostrar às jovens que trabalhar com tecnologia pode ser excelente para elas, já que é um setor flexível, cheio de oportunidades, além de bastante rentável. A chance de melhorar a vida financeira é muito empoderadora!”. Nos artigos que escrevi anteriormente, também ressaltei muito os aspectos mencionados por Teresa Carlson sobre a carreira na área de tecnologia, porque acredito que são perspectivas que quando divulgadas intensamente, certamente podem atrair mais as meninas. Longevidade é outra característica positiva da carreira de tecnologia. A área dá muito espaço para que tenhamos uma vida profissional longa, sempre repleta de aprendizado. Vejam o meu exemplo. Como falei inicialmente, estou vivenciando um momento de carreira no qual sinto-me extremamente realizada, motivada e orgulhosa. E estou na faixa dos 50 anos, com mais de 25 anos de carreira! Explico: esse ano recebi o desafio de mudança de área de atuação em marketing, tendo que sair totalmente de minha zona de conforto. Fui à luta, inicialmente a contragosto, mas cheia de energia, e rapidamente abracei os novos e enormes desafios. Passado o primeiro semestre do ano, é muito compensador ver o reconhecimento de colegas, parceiros de trabalho, clientes e do mercado, do quanto tenho inovado na minha nova área de atuação. Recentemente, liderei a criação, planejamento e execução de uma campanha de marketing extremamente completa e moderna, composta de um estudo de inteligência de mercado bastante profundo, e utilizando as mais variadas táticas como: marketing digital, incluindo o uso do waze, passando por táticas mais antigas mas ainda efetivas como marketing direto, e incluindo também eventos físicos e virtuais com ativação de parceiros de nosso ecossistema em diversas cidades brasileiras. Uma campanha completa, que exigiu muito estudo e atualização de minha parte. Essa é a realidade da área de tecnologia: mesmo após muitos anos de carreira, pode-se auto inventar e aprender diversas coisas novas. Então, longevidade é uma característica muito positiva e atrativa da carreira. Para ilustrar ainda mais minha linha de pensamento , fiz uma entrevista com uma profissional que admiro muitíssimo, Heloisa Tricade, que atua na área há 44 anos. Destaco a afirmação que mais me impactou na entrevista com Heloisa: “Trabalhar com tecnologia permite que aos 67 anos eu converse com um adolescente sem me sentir obsoleta.” Ai vai a entrevista completa: Heloisa, qual é sua formação acadêmica? Engenheira Mecânica, formada pela Universidade Federal Fluminense, com pós-graduação em análise de sistemas, ministrado pela Universidade Católica de Petrópolis, Rio de Janeiro. Porque escolheu uma carreira na área técnica? Sempre tive mais facilidade com as matérias da área de exatas. Por outro lado, meu pai era engenheiro mecânico e queria que seu filho primogênito, e único homem, também fosse engenheiro. Todavia, meu irmão gostava de música e odiava matemática. Então, eu achei que deveria realizar o sonho do meu pai e decidi cursar engenharia mecânica. Entrei na faculdade em janeiro de 1967, uma época em que no Brasil poucas mulheres cursavam engenharia. Para se ter ideia, éramos apenas cinco mulheres: duas na civil; duas na elétrica; e eu na mecânica. O que a fez se interessar pela área de tecnologia da informação? Terminei a faculdade em dezembro de 1971, iria me casar em julho de 1972 e me mudar do Rio de Janeiro para São Paulo. Por isso, decidi vir procurar emprego em São Paulo. Naquela época me deparei com dois grandes processos seletivo para estagiários: na COSIPA – Cia. Siderúrgica Paulista e no SERPRO – Serviço Federal de Processamento de Dados. O pré-requisito para a COSIPA era engenheiros recém formados e para o SERPRO, como ainda não existiam no Brasil curso superior para área de processamento de dados, o pré-requisito era recém formados na área de exatas (basicamente engenharia, física e matemática). Os salários iniciais das duas empresas eram semelhantes. Os dois processos correram paralelamente e consistiram de vários testes, dinâmicas de grupo e entrevistas. Parecia um novo vestibular, em cada uma das empresas tinha cerca de mil candidatos para 20 vagas. Passei nos dois processos seletivos e precisei fazer uma escolha. Na COSIPA, eu iria trabalhar em Piaçaguera (distante cerca de 76Km de São Paulo) em uma usina siderúrgica. No SERPRO, eu trabalharia em um escritório no centro de São Paulo (com ar-condicionado) e faria seis meses de curso para me tornar uma Analista de Sistemas, que confesso, não tinha a menor ideia do que seria. Decidi pelo novo: eu estava interessada em saber como funcionava os tais “cérebros eletrônicos”. Foi a decisão mais acertada que tomei na vida. Na sua visão, qual é o lado positivo de ter carreira em tecnologia? O lado positivo sem dúvida é a velocidade da mudança; o que obriga um contínuo aprendizado. Trabalhar com tecnologia permite que aos 67 anos eu converse com um adolescente sem me sentir obsoleta. Como é a carreira em tecnologia para mulheres? Acredito que é uma carreira idêntica a dos homens. Não consigo ver diferença. O que a incentiva, motiva a continuar trabalhando depois de sua aposentadoria? Conviver com pessoas inteligentes, conhecer novas pessoas e novas tecnologias, almoçar com amigos, viajar, ter um excelente plano de saúde e