Faz 23 anos, mas me lembro da minha entrevista na Softtek, onde entrei como estagiária, como se fosse hoje. Eu sabia que me perguntariam sobre mainframe e fui pesquisar em algum buscador em uma época que nem Google existia!

Em 1998 eu não tinha ideia das várias possibilidades de carreira que a tecnologia poderia me proporcionar. E, claro, jamais imaginaria que ela abriria portas para trabalhar na área comercial, onde estou atualmente. Ter vivido a operação da empresa, conhecer de perto os problemas e dificuldades dos dois lados do balcão, fez muita diferença na hora de atuar com gerenciamento de projetos e no próprio comercial. Conhecer o desenvolvimento da solução de maneira técnica agregou muito nas novas funções e, principalmente, no entendimento do que os clientes precisam.

A minha história com tecnologia, entretanto, começa antes. Me formei em bacharelado da Computação porque era um tema que me atraía muito. A faculdade me deu uma boa base, mas a prática é outra coisa. Quando comecei a trabalhar com programação, virei a chave da lógica de um dia para o outro, coisa que não tinha acontecido na vida acadêmica. Mas foi ali que tive certeza da escolha que tinha feito. Ainda bem, porque cheguei a prestar vestibular para fisioterapia… E acho que não teria sido feliz em outra área.

Nós, mulheres, ainda somos a minoria no mercado tech, mas fazemos total diferença. Seja por um olhar mais humano, seja pelo nosso próprio dinamismo e maneira de lidar com tantos assuntos distintos ao mesmo tempo, hoje posso dizer que tenho grandes inspirações femininas nesse universo, como a Blanca Treviño CEO Global da Softtek.

Para ganharmos mais força nesse mercado, ter referências é fundamental. Por isso, a minha dica é “estude, se desenvolva, siga em frente sem medo. A tecnologia é para todos sim”. E mais do que isso: experimente, seja multitask. E se, por acaso, programação não for exatamente a sua área, tenha a certeza de que a tecnologia oferece mil e uma oportunidades, seja em gestão de projetos, como scrum master, na área funcional… ou na área comercial, como aconteceu comigo.

O mais importante é que as pessoas sejam felizes em suas escolhas no seu próprio tempo. Eu tenho duas filhas, a Sophia, de 10 anos e a Alice, de 2, e não quero que elas se sintam pressionadas desde muito cedo a escolherem uma profissão. Meu conselho será sempre estudar mais, conhecer melhor as áreas e quem trabalha na linha de frente. Ah, e claro, tenham seus momentos de descanso e aproveitem a vida.

Por isso, busque uma rede de apoio, um programa de mentoria e procure se conhecer. Procure também alguém que te inspira para que você também possa ser uma inspiração para tantas outras pessoas.

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Artigo escrito por Renata Murari.